Mortes no trânsito caem 3 vezes mais na capital de São Paulo

A queda é de 16,7%, de 775 para 645 ocorrências, de janeiro a agosto deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado

© Paulo Pinto/ Fotos Públicas

Brasil MOBILIDADE 04/10/16 POR Estadao Conteudo

As mortes por acidente de trânsito caem na cidade de São Paulo em um porcentual três vezes maior do que no Estado, segundo dados do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga). Na capital, a queda é de 16,7%, de 775 para 645 ocorrências, de janeiro a agosto deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. No Estado, levando em consideração os 645 municípios paulistas, a diminuição é de 5,5%, de 4.093 para 3.867 mortes.

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Produzido pela consultoria Instituto Falconi e pelo Centro de Liderança Pública (CLP), o Infosiga é uma parceria da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) com empresas do setor privado, como Ambev (bebidas), Abraciclo (que reúne fabricantes de motos), bancos e seguradoras. Os dados do Infosiga são coletados a partir de informações dos boletins de ocorrência registrados pela Polícia Civil, quando há óbitos no local do acidente ou quando a morte acontece no hospital.

Segundo Alvaro Guzella, consultor do Instituto Falconi, com base no registro há um mapeamento. "As informações do registro trazem dados sobre o local do acidente. O que fazemos é detalhar essas informações. Se era um pedestre, condutor do veículo, motociclista. E vamos até o local onde as mortes aconteceram", afirma.

Para evitar retificações, ainda segundo Guzella, o acidente entra na estatística a partir da data da morte - não da data do evento. Assim, caso um acidente tenha resultado em três feridos, com cada um deles morrendo após períodos diferentes de internação, para os registros serão três casos de morte distintos, mesmo que resultado de um único incidente.

Redução

A queda mais acentuada na redução de trânsito é resultado direto, para especialistas, das políticas de redução dos limites de velocidade na capital - a medida será revista pelo prefeito eleito, João Doria (PSDB).

"A velocidade é o primeiro fator de letalidade dos acidentes. A energia cinética de um carro em alta velocidade é muito maior", diz o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Trânsito (Abramet), Dirceu Rodrigues Alves Júnior. "Se o carro está a 32 km/h, o acidente é capaz de produzir o óbito em 5% dos casos. Se está a 45 km/h, já sobe para 48%. E se o veículo está a 64 km/h, vai produzir óbito em 85% dos casos", continua Alves Júnior. "A redução de velocidades está acontecendo no mundo todo."

A relação causa-consequência entre a redução de velocidade e a diminuição das mortes também é feita pelo consultor de engenharia de tráfego Horácio Augusto Figueira. Ele afirma ainda que a metodologia do governo do Estado para a coleta dos dados está correta. "Os acidentes são como ondas. Devem ser registrados mês a mês, mas a comparação deve ser com períodos longos", afirma.

Já para o também consultor Flamínio Fischmann, o retrato do interior teria de considerar outros fatores, principalmente econômicos. "É preciso considerar que os perfis de acidentes nas cidades e nas rodovias são diferentes". Com informações do Estadão Conteúdo.

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