Flexibilização no pré-sal vai atrair mais investimentos, diz IBP

De acordo com as estimativas do instituto, os investimentos podem ultrapassar R$ 100 bilhões

© Reuters

Economia opinião 16/10/16 POR Folhapress

A flexibilização das regras para permitir a atuação de mais petrolíferas na camada pré-sal vai atrair novos investimentos para o setor, afirmou nesta terça (11) o secretário-executivo do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Antonio Guimarães. De acordo com as estimativas do instituto, apenas em áreas já descobertas no pré-sal, e que ultrapassam os limites dos blocos já concedidos, os investimentos podem ultrapassar R$ 100 bilhões. As informações são da Agência Brasil.

PUB

O IBP foi uma das principais vozes em defesa da flexibilização, aprovada semana passada no Congresso. A medida, contudo, é contestada pela FUP (Federação Única dos Petroleiros), que reúne trabalhadores do setor, e por especialistas.

Durante entrevista coletiva para detalhar a Rio Oil & Gas, uma das maiores feiras da área, organizada pelo IBP e agendada para o fim de outubro, no Rio, Guimarães disse que, no atual cenário econômico mundial, a Petrobras, não tinha condições de ser a operadora única na exploração do pré-sal. Segundo ele, com a flexibilização outras empresas serão estimuladas a participar do processo, acelerando a produção e gerando empregos, renda e impostos para o país.

"[Com] só uma empresa [a Petrobras] para desenvolver o pré-sal, a velocidade de desenvolvimento estava limitada à velocidade que a mesma poderia imprimir. Quando permitimos que outras empresas possam fazê-lo, a gente multiplica essa velocidade", explicou Guimarães.

A chegada de recursos com a abertura do mercado, entretanto, não será imediata e algumas operações no pré-sal ainda podem ficar para a próxima década, ponderou o IBP. "O investimento em petróleo não é de curto prazo, estamos falando de quatro, cinco anos. Isso significa que vamos ver fornecedores, empregos e investimentos chegando paulatinamente", explicou Guimarães.

O secretário executivo do IBP também disse que o conteúdo local será preservado pelas novas operadoras que surgirem, por já existir essa obrigação legal e por ser mais eficiente e mais barato. Ele defendeu, contudo, que o governo avalie, no futuro, uma revisão desse modelo. "Da maneira como é hoje, mesmo a Petrobras vem sofrendo com as dificuldades de cumprir essas obrigações, as regras precisam ser mais realistas", defendeu.

Apesar da oscilação dos preços do barril de petróleo no mercado internacional nos últimos anos entre U$ 30 e U$ 100, a expectativa é que o preço se estabilize entre U$ 40 e U$ 60, valor ainda atrativo para o setor, afirmou Guimarães. Para o IBP, ainda é preciso tornar a atividade petrolífera no Brasil mais atraente, do ponto de vista do marco regulatório.

FEIRA

Com o tema "Caminhos para uma indústria de petróleo competitiva", a Rio Oil & Gas tem a expectativa de reunir cerca de 3 mil participantes e 140 palestrantes durante quatro dias no final desse mês. O encontro, realizado a cada dois anos, voltou a atrair a atenção do mercado ­e expositores­ depois que o governo brasileiro aprovou a flexibilização na camada pré-sal.

Entre os temas de destaque da feira estão a 14ª Rodada de Licitação de Petróleo e Gás e a regulamentação das regras de unitização (quando as reservas avançam os limites geográficos do bloco)."Temos um novo governo e novas orientações para tentar devolver a competitividade que o setor perdeu", avaliou o presidente do Comitê de Exposição da Rio Oil & Gas, João Carlos de Luca. "Talvez, essa [feira] seja um desaguadouro de uma série de boas notícias para o setor", apostou.

FLEXIBILIZAÇÃO

A FUP, por sua vez, afirma que a flexibilização das regras para exploração do pré-sal acarretará uma perda de 82 bilhões de barris de petróleo que estariam reservados para a estatal. Na avaliação da FUP, a medida coloca em risco a soberania do país e significa "o desmonte da política de conteúdo local, que tirou das cinzas a indústria naval [brasileira] e fomentou a cadeia produtiva".

"Desde a quebra do monopólio da Petrobras, nenhuma das petrolíferas privadas que passaram a operar no Brasil encomendaram navios, plataformas ou equipamentos à indústria nacional ao longo destas duas décadas de abertura do setor", diz a federação, em nota no seu site. Com informações da Folhapress.

LEIA TAMBÉM: 'Bolsa Empresário' será mantida mesmo após corte dos gastos

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Urgência Há 9 Horas

Avião da Latam declara emergência após decolar de Brasília e faz pouso forçado

mundo Cazaquistão Há 10 Horas

Homem que filmou despedida à mulher durante queda de avião sobreviveu

economia Aposentados Há 5 Horas

Aposentadorias do INSS com reajuste serão pagas entre 27 de janeiro e 3 de fevereiro

fama Escândalo Há 10 Horas

Diddy teria obrigado funcionário a limpar "sangue e urina" das orgias

economia Trabalhadores Há 11 Horas

Salário mínimo subirá R$ 106 e novo valor passará a ser de R$ 1.518 a partir de 1º de janeiro

esporte Violência Há 3 Horas

Cunhado da irmã de Endrick, do Real Madrid, é morto a tiros no Distrito Federal

economia Trabalho escravo Há 10 Horas

Operários resgatados na BYD na Bahia devem voltar à China em janeiro

fama Despedida Há 3 Horas

Familiares e amigos se despedem de Ney Latorraca

fama Saúde Há 11 Horas

Preta Gil continua na UTI, mas apresenta melhora e já se alimenta por via oral

fama Justiça Há 19 Horas

Baldoni é processado por ex-assessora em polêmica envolvendo Blake Lively