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O desempenho econômico dos países da América Latina tem frustrado expectativas de analistas de consultorias, bancos e instituições multilaterais como o FMI (Fundo Monetário Internacional).
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Inflação elevada, rombos nas contas do governo, crescimento fraco nos Estados Unidos e queda nos preços de algumas commodities importantes são alguns dos fatores que ajudam a explicar as seguidas revisões para baixo nas projeções para a região.
Há duas semanas, o FMI rebaixou as estimativas que tinha feito em abril para algumas das maiores economias latino-americanas. No caso da Argentina e da Venezuela, as projeções mudaram de contrações de -1% e -8% para, respectivamente, -1,7% e -10%.
As previsões de crescimento da Colômbia e do México foram reduzidas de 2,5% e 2,4% para 2,2% e 2,1%, respectivamente. Com isso, o menor pessimismo do Fundo com o Brasil —maior economia da região— não foi suficiente para evitar uma queda na projeção do desempenho da América Latina e do Caribe como um todo neste ano.
A instituição espera que o PIB (Produto Interno Bruto) da região caia 0,6% neste ano, resultado pior do que os 0,5% previstos em abril. No mesmo período, a estimativa para o Brasil mudou de uma contração de 3,8% para 3,3%.
Consultorias internacionais como a britânica Economist Intelligence Unit também se tornaram mais cautelosas. "Nossas projeções para a América Latina têm piorado ao longo do ano", diz Robert Wood, analista-chefe da consultoria para a região.
Segundo Wood, a combinação entre preços mais baixos de commodities e redução no ritmo de crescimento da China tem se refletido negativamente nos países latino-americanos desde 2014.
Embora os valores de alguns produtos básicos tenham registrado modesta recuperação neste ano, os de outras commodities importantes para a região, como metais e petróleo, continuaram em queda. Isso tem prejudicado países como Colômbia, Chile e Venezuela.
"Esse cenário de preços mais baixos das commodities é desafiador para a região", afirma o economista Luka Barbosa, do Itaú Unibanco.
Um indicador calculado pelo banco para tentar antever resultados imprevistos ficou em -0,18 em setembro, mostrando que as projeções de analistas para vários dados que medem o desempenho da economia dos maiores países latino-americanos ficaram abaixo do esperado.
O resto do mundo também enfrenta desafios para voltar a crescer mais expressivos desde a crise global de 2008. E frustrações em relação ao desempenho–principalmente das nações desenvolvidas–têm sido rotineiras.
A situação se agravou com a mudança no modelo de crescimento da China, que vem levando a uma moderação das altas taxas de expansão registradas pelo país asiático no passado recente. Em geral, a frustração dos analistas em 2016 tem sido mais forte com a América Latina do que outras regiões consideradas em desenvolvimento. Com informações da Folhapress.