© Reprodução / Youtube / SpaceX
Este fenômeno pode trazer efeitos como alterações cognitivas e demência. Possíveis danos causados pelos GCR ao corpo já eram conhecidos, mas acreditava-se que eram de curto prazo.
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No entanto, em experimentos em ratos, Charles Limoli e sua equipe descobriram que níveis de inflamação no cérebro continuavam significativos e danosos aos neurônios mesmo após seis meses, afetando comportamento, memória e aprendizagem."
São más notícias para astronautas que embarcarem em uma viagem de ida e volta a Marte de dois ou três anos", afirmou Limoli, professor de radiação e oncologia da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em Irvine.
Para o especialista, entre outros possíveis problemas decorrentes do fenômeno do "space brain" estão a diminuição do rendimento, ansiedade, depressão e alterações na hora de tomar decisões. Os investigadores ainda descobriram que a radiação afeta a "extinção do medo", processo pelo qual o cérebro reprime experiências desagradáveis e estressantes do passado (por exemplo, quando alguém sofre uma queda de cavalo e volta a montar)."
O déficit na extinção do medo pode torná-los (astronautas) propensos à ansiedade", assinalou Limoli. O que acontece é que raios cósmicos descarregam muita energia ao se chocar com o corpo humano. Na Estação Espacial Internacional, astronautas estão protegidos por se encontram na magnetosfera da Terra, que atua como escudo contra radiação. O mesmo, porém, não aconteceria em uma aventura rumo ao planeta vermelho.
Especialistas sugerem o desenvolvimento de tratamentos preventivos para proteção do cérebro, uma vez que construir naves espaciais com uma dupla capa protetora pode não ser útil, já que nada resiste a esses raios.Caso os pesquisadores estiverem certos, é possível, portanto, que um astronauta que voltar de Marte tenha dificuldades para recordar sua memorável experiência.