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Está em todos os lugares: a dieta da moda é a do glúten-free. A promessa de mandar embora os quilinhos extras faz com que muitas pessoas eliminem da dieta a proteína do trigo. O glúten, presente no pãozinho de cada dia, na macarrona do domingo e nos bolos do café da tarde ganhou os holofotes e virou o grande inimigo de quem quer manter o peso em dia. Mas será que essa fama de mal é justa? Será que é realmente preciso cortar para sempre essa proteína do cardápio, apenas para enxugar alguns quilinhos?
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O assunto é polêmico e gera muitas críticas sobre a onda de excluir definitivamente produtos com trigo da alimentação. Para quem quer emagrecer, fica o alerta: o vilão não é o glúten, mas o que vem junto com ele. Ou seja, a culpa dos quilinhos a mais na balança não é do trigo e, sim, do excesso de carboidrato consumido. “Não é a ausência do glúten que proporciona a perda de peso. O segredo está no equilíbrio das porções. Retirar o glúten só é indicado sob recomendação de um profissional capacitado, ou seja, quando o indivíduo possui diagnóstico comprovado de doença celíaca”, explica Camila Torreglosa, nutricionista do HCor – Hospital do Coração, em São Paulo.
Embora o Brasil tenha poucas pesquisas sobre o glúten, sabe-se que 1% da população tem intolerância ou alergia. Trata-se da doença celíaca. Uma condição autoimune em que o glúten desencadeia uma reação ao sistema imunológico onde células de defesa do organismo atacam o próprio intestino. A inflamação causada neste órgão compromete a absorção de macro e micronutrientes importantes. Resultado: dor de cabeça, fadiga e sintomas intestinais como, diarreia e flatulência.
Os estudos nesta área são, normalmente, realizados com indivíduos que possuem doença celíaca e nessas pessoas foi observado que a dieta sem glúten aumentou o peso em pessoas que já eram sobrepeso. Não há evidências científicas, no entanto, de que consumir produtos livres de glúten trariam algum benefício à saúde, inclusive na redução do peso, para pessoas que não possuem doença celíaca. “Além disso, nem sempre dieta sem glúten oferece menos calorias e alguns produtos possuem valor calórico até maior que os mesmos produtos em sua versão original”, acrescenta a nutricionista.
Tirar ou não tirar da dieta?
“Depende”, pondera a nutricionista do HCor. “Do ponto de vista da fisiologia, tirar o glúten da dieta não faz mal, mas é preciso substituí-lo por alimentos variados, com um bom valor nutricional, afim de evitar o desfalque de nutrientes importantes para a saúde”. Neste caso, vale investir no consumo de tapioca, farinha de arroz, polvilhos doce e azedo, milho, mandioca e trigo-sarraceno.
Antes de se aventurar em um esquema alimentar não usual, o ideal é procurar ajuda de um nutricionista para obter orientações realmente seguras e eficazes. “É importante salientar que esta dieta é pobre em cereais integrais, e já foi comprovado que o consumo de cereais integrais está associado com redução do peso, colesterol e prevenção do câncer de intestino”, reforça Camila.
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