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Um método trazido ao Brasil pelo oncologista do Hospital São José, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Antonio Buzaid, em 2006 tem favorecido os pacientes, prevenindo a queda capilar induzida pelo tratamento quimioterápico, melhorando a autoestima e a reação ao tratamento contra o câncer. Trata-se do uso de uma touca hipotérmica que resfria o couro cabeludo do paciente antes e durante a aplicação do medicamento quimioterápico. O resfriamento diminui a circulação sanguínea no couro cabeludo e restringe a passagem da medicação no local, reduzindo, assim, a possibilidade de queda capilar.
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"Trinta minutos antes de receber a quimioterapia o paciente já coloca a touca, a fim de induzir a vasoconstrição uma vez que a touca encontra-se na temperatura entre - 28°C e - 22°C. A touca é trocada a cada 30 minutos até o final da aplicação da medicação", destaca o Dr. Buzaid.
Os pacientes são monitorados individualmente durante todo o processo. O enfermeiro acompanha cada um dos pacientes atendidos, realiza a troca da touca a cada 30 minutos, fornece orientações de como deve ser a higienização e os cuidados com os cabelos durante o tratamento oncológico.
Resultados da touca hipotérmica
Após meses de pesquisa conduzida pela equipe de Enfermagem do Hospital São José, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, sobre o uso da touca hipotérmica durante o tratamento quimioterápico, constatou-se que dos pacientes submetidos a sessões de quimioterapia, 66% deles apresentaram alopecia de grau 1, quando a queda de cabelos é mínima e, muitas vezes, imperceptível.
De acordo com a enfermeira chefe, Ana Claudia Oliveira, cuidados simples também podem ajudar a reduzir a queda capilar durante o tratamento. "Orientamos o paciente a não lavar os cabelos por sete dias após o uso da touca hipotérmica, usar shampoo adequado, não usar secadores, pranchas ou chapinhas, tinturas e alisamentos. Além disso, o paciente em quimioterapia deve secar os cabelos com movimentos leves ao longo dos fios evitando fricção, pentear os cabelos com pentes largos e evitar prendê-los" explica a especialista.
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