PMs podem responder criminalmente por humilhar vítima de estupro

Na tarde de sábado (22), após ser estuprada por dez homens, a mulher foi colocada ao lado dos acusados dentro da viatura policial

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Justiça São Gonçalo 24/10/16 POR Notícias Ao Minuto

A subsecretária da Secretaria estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Andrea Sepúlveda, vai notificar, nesta segunda-feira (24), as corregedorias das polícias Militar e Civil para que apure as condutas dos agentes envolvidos na humilhação causada a uma mulher de 34 anos, vítima de um estupro coletivo em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio.

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"Além de os policiais serem responsabilizados administrativamente e disciplinarmente, têm que ser punidos por conta da violação de direitos humanos", afirma a subsecretária.

Na tarde de sábado (22), após ser estuprada por dez homens, a mulher foi colocada ao lado dos acusados dentro da viatura policial. Ela relatou que durante o percurso até a delegacia, os suspeitos teriam alisado a sua perna.

Ao chegar na delegacia, a vítima contou que sofreu um novo constrangimento. O policial civil responsável pelo registro usou, na ocorrência, termos obscenos para descrever a agressão, informou o Extra.

De acordo com o procurador de Justiça Marcio Mothé, o Ministério Público Estadual vai pedir o acompanhamento do caso pela Corregedoria-Geral Unificada.

"O estupro coletivo vem se banalizando no Rio, e as autoridades parecem não estar preparadas sequer para ouvir as vítimas. Algo precisa ser feito", defende o procurador.

"Vamos pedir ao Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Violência Doméstica contra a Mulher e o Núcleo de Gênero, que acompanhe o caso, para que haja punição exemplar dos criminosos", concluiu.

"É um completo absurdo o que a gente vive hoje no Rio. O governo, em crise, está fechando mecanismos de controle e proteção às mulheres. Vários abrigos e pólos de atendimento estão fechados por falta de repasses e a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos está ameaçada. Se levarmos em consideração a população do estado, o quantitativo de delegacias é ínfimo. Não tem para onde as ocorrências escoarem. As poucas delegacias especializadas que existem não estão dando conta dos casos. Para piorar, quando as mulheres buscam este tipo de atendimento são atendidas por homens e até mulheres despreparadas. É preciso voltar a investir nos mecanismos de defesa do direito da mulher, que foram conquistados a duras penas, e, agora, estão sendo desmontados", disse a deputada enfermeira Rejane (PCdoB), presidente da Comissão dos Direitos da Mulher da Alerj.

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