Pesquisadores desvendam mistério sobre chuvas da Amazônia

Há 25 anos, cientistas tentam descobrir o mecanismo completo da formação de nuvens na atmosfera da floresta

© Reuters

Brasil CIÊNCIA 24/10/16 POR Folhapress

A Amazônia surpreende mais uma vez. Há 25 anos, cientistas tentam descobrir o mecanismo completo da formação de nuvens na atmosfera da floresta, que acabam gerando as vitais e caudalosas chuvas da região.

PUB

Muito antes das nuvens, para que elas se formem, é preciso existir os chamados núcleos de condensação. A partir deles é que surgem as gotículas, as nuvens e finalmente as chuvas amazônicas.

Até hoje, os cientistas que estudam a floresta sabiam que parte das partículas que funcionam como núcleos de condensação eram emitidos pelas próprias plantas, em forma de gás.

"Mas a conta não fechava. Tinha mais partículas nas nuvens do que as emitidas. Era preciso saber a origem das outras", afirma Paulo Artaxo, físico da USP.O brasileiro é um dos autores de um artigo publicado hoje (24) na revista "Nature".O mistério, que acaba de ser desvendado, é fruto dos experimentos feitos no âmbito do GoAmazon (Green Ocean Amazon Experiment).

"Nós observamos que a concentração das partículas aumenta depois dos 4 mil metros de altura. A fonte da partículas está na alta atmosfera, entre 6 km e 15 km de altura, o que nunca havia sido sequer postulado até hoje", segundo Artaxo.

De acordo com os resultados do grupo internacional de pesquisa, existe também uma espécie de escorregador que traz as nanopartículas, que tem entre 10 e 40 nanômetros (um nanômetro tem um bilionésimo de metro) de tamanho, da alta atmosfera para perto do solo.

Os gases emitidos pela floresta, por volta dos 15 km de altura e a 55° C negativos, se condensam e formam as partículas identificadas agora pelos cientistas. Elas se coagulam e crescem. E voltam ao nível do solo em correntes descendentes por meio de nuvens ou chuvas. "São mecanismos biológicos da floresta atuando com as nuvens para manter o ecossistema Amazônico em funcionamento", diz o pesquisador brasileiro.

Além de estudos perto do solo, os pesquisadores precisaram de aviões, voando em altas altitudes, para medir as nanopartículas. Um das aeronaves é americana, a Gulfstream-1, que é do Laboratório Nacional Pacific Northwest. O Halo (High Altitude and Long Range Research Aircraft) voando a 15 km de altura confirmou as medições feitas pelo primeiro avião.

Como tais mecanismos eram até agora desconhecidos, essa produção de aerossóis [gases] não está contemplada em nenhum modelo climático. "É um conhecimento que terá de ser incluído, pois ajudará a tornar as simulações de chuva na Amazônia mais precisas", diz Luiz Augusto Machado, do Inpe, outro dos autores do estudo. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo Investigação Há 3 Horas

Laudo aponta que míssil da Rússia derrubou avião no Cazaquistão

fama Luto Há 7 Horas

Morre ator Ney Latorraca, aos 80 anos

mundo Cazaquistão Há 7 Horas

Nevoeiro, aves, míssil russo… O que se sabe sobre a queda de avião?

mundo Avião Há 8 Horas

Corpo é encontrado no trem de pouso de avião no Havai

fama Bebê Há 9 Horas

Neymar será pai pela quarta vez e terá segunda filha com Bruna Biancardi

fama Festas Há 8 Horas

Filho de Leonardo, João Guilherme dispensa Natal do pai e passa com Xuxa

tech Brasil Há 18 Horas

Aplicativo sobre de prevenção de desastres já tem 2 mil downloads

fama Celebridades Há 17 Horas

Por que esses famosos não comemoram o Natal?

politica Justiça Há 8 Horas

Chefe da PM responsável pela Esplanada sugeriu combinar defesa sobre 8/1

fama Televisão 25/12/24

Sem Silvio Santos, TV tem ano de mudanças com Eliana na Globo e novela na Netflix