© Marcos Santos/USP Imagens
Os estudantes do ensino médio da rede estadual paulista que fazem curso de inglês nos Centros de Estudos de Línguas (CEL) participarão de um exame de proficiência da língua inglesa. Eles serão avaliados pelo Cambridge English Language Assessment, departamento da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, com mais de cem anos de tradição.
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A expectativa é que cerca de 11 mil alunos façam os testes on-line a partir desta terça (25) até o dia 5 de novembro. Essa é a primeira vez em que a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) faz um diagnóstico do curso, que servirá para avaliar o material didático, os docentes e a formular novas diretrizes do programa.
O departamento de Cambridge aplicará um teste piloto da versão on-line do Cambridge English Benchmarking Test para avaliar as habilidades dos estudantes paulistas em gramática, leitura e conversação. Essa parceria entre a instituição inglesa e a Secretaria do Estado da Educação é inédita na América Latina e faz parte de um programa global de consultoria do departamento para alavancar o ensino da língua na rede estadual paulista.
"O Brasil tem olhado para língua inglesa com mais atenção, porém, ainda há muito trabalho a ser feito, mas vemos que há uma vontade de aprender o idioma. Escolhemos São Paulo por ser um Estado no qual o inglês está bem desenvolvido e por ter um centro de língua voltado à rede pública de ensino, com um amplo número de alunos", disse Ricardo Marques, gerente de negócios de Cambridge no país.
Em 2015, o Brasil ficou em 41° lugar no Índice de Proficiência em Inglês (EPI, em inglês), realizado pela empresa de educação internacional EF Education First. O país ficou com 51,05 pontos -1,09 ponto a mais que no ano anterior, mas ainda avaliado como "proficiência baixa".
No ranking nacional, o Estado de São Paulo ficou em 2° lugar atrás apenas do Distrito Federal. As duas unidades federativas foram as únicas classificadas com nível moderado de conhecimento. O levantamento contou com a participação de 910 mil pessoas de 70 países, que não têm o inglês como idioma nativo.
Marques destaca ainda que era um sonho fazer essa parceria com a rede pública paulista. "Nós queremos realmente melhorar o inglês no Brasil. Essa é uma missão muito importante porque vai ao encontro com objetivo do departamento, de coletar dados que possam ajudar o setor governamental a tomar decisões pedagógicas futuras para ampliar o idioma, já que o inglês é uma necessidade urgente."
O resultado do exame levará em conta o padrão internacional do Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas (CEFR), usado em importantes testes de proficiência. O estudante com o melhor desempenho da turma com a maior taxa de adesão coletiva ganhará uma viagem, com as despesas pagas pelo departamento britânico, para a Universidade de Cambridge, onde Charles Darwin, Stephen Hawking e Isaac Newton estudaram.
Diretora dos CELs, Valéria Tarantello diz que com essa avaliação universal ajudará os docentes e os diretores dos centros a ter um diagnóstico do nível de proficiência e um feedback do material pedagógico, desenvolvido para a inserção dos estudantes no mercado de trabalho.
"Considero bastante interessante do ponto de vista pedagógico para conhecer a eficácia do curso nos centros de línguas. Essa avaliação universal vai ajudar o Estado a ter um feedback do material didático, sendo um ponto de partida para realizar os ajustes necessários."
A expectativa de Tarantello é que os adolescentes tenham um desempenho entre básico 2 e intermediário 1. A diretora lembra ainda que o mais importante é avaliar os centros já que o desempenho dos alunos será sigiloso, além de promover novas parcerias para melhorar a formação dos docentes. "No momento temos essa iniciativa, mas estamos conversando para estabelecer um acordo de cooperação tendo em vista a formação dos professores."
Os CELs existem desde 1988, mas o curso de inglês só foi incorporado em 2009. Tarantello explica que a língua inglesa já fazia parte da grade curricular e, por isso, os adolescentes que frequentam o curso já vem com uma base do idioma da escola regular e aprendem nos centros um inglês voltado ao mercado de trabalho. Além da língua inglesa, os estudantes também podem aprender espanhol, italiano, japonês, francês e alemão. Com informações da Folhapress.