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A Espanha está revendo a autorização para que uma frota russa faça escala no porto de Ceuta nesta quarta-feira (26). Reabastecidos, os navios supostamente seguem a caminho da costa síria para atacar Aleppo.
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A passagem das embarcações, atualmente nas imediações do estreito de Gibraltar, causa ansiedade na Europa.
O plano de reabastecimento russo em Ceuta -um território espanhol localizado na costa marroquina- foi criticado por Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan (aliança militar ocidental) e por parlamentares europeus.
Stoltenberg afirmou na terça-feira (25) que "estamos preocupados, e nós expressamos com bastante clareza o potencial uso [dos navios] para incrementar os ataques contra civis em Aleppo".
A autorização para a escala foi criticada, ademais, porque a Espanha condenou na semana passada os crimes de guerra russos na Síria.
Segundo o jornal "El País", o Ministério do Exterior está revendo a permissão dos navios, encabeçados pelo único porta-aviões russo, o Almirante Kuznetsov.
Há oito embarcações na frota, possivelmente escoltadas por submarinos, carregando dezenas de aviões e helicópteros. A frota deve se somar a outras dez embarcações russas na costa síria.
Navios de guerra russos costumam parar no porto de Ceuta, e 60 deles passaram por ali desde 2011, com benefícios à economia local, segundo o jornal "El País". As autorizações são avaliadas de acordo com o caso.
A chancelaria justificou sua revisão pelas informações "que estamos recebendo de nossos aliados e das próprias autoridades russas".
A Otan preocupa-se que os navios participem de uma ofensiva definitiva contra o leste de Aleppo, na Síria, onde rebeldes estão cercados pelo regime do ditador Bashar al-Assad. Sem suprimentos, as condições de vida deterioram rapidamente ali.
Com grande número de vítimas civis, o cerco a essa porção da cidade foi considerado na semana passada pela ONU como um "crime de proporções históricas".
A frota russa está sendo acompanhada pela Otan desde que deixou o oceano Ártico. Os navios já passaram pelo canal da Mancha.
Luke Coffey, ex-assessor do ministro britânico Liam Fox (Comércio Exterior), escreveu ao jornal "Huffington Post" que é "extraordinário qualquer país da Europa, ainda mais um que seja parte da União Europeia e da Otan, pensar que é aceitável dar apoio logístico a forças militares envolvidas no questionável apoio a Assad". Com informações da Folhapress.
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