Estudantes acusam governo de MG e TRE de forçarem desocupação

Segundo acordo, alunos permaneceriam nas escolas no domingo desde que não houvesse manifestações de voto e novas escolas ocupadas

© Reproduão / Facebook / Mídia Ninja

Brasil embate 29/10/16 POR Estadao Conteudo

A União Colegial de Minas Gerais (UCMG), entidade estudantil que participa das ocupações em escolas de Minas Gerais em protesto contra a PEC 241 e o governo de Michel Temer, acusa o Estado e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) de ameaçarem usar violência para forçar a desocupação das instituições. O conflito ocorreu devido à adesão de novas escolas aos protestos mesmo após o acordo de coexistência entre UCMG e TRE durante o segundo turno das eleições 2016. Apenas parte dos colégios será utilizada como zona eleitoral neste domingo, 30.

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O acordo, firmado entre a UCMG e o TRE na última quarta-feira, 26, estabelecia a coexistência entre todas as escolas ocupadas de Belo Horizonte e Juiz de Fora para que o processo eleitoral ocorresse sem conflitos. Os alunos permaneceriam nas escolas no domingo desde que não houvesse manifestações de voto e novas escolas ocupadas.

Uma nota publicada pela UCMG, porém, diz que o TRE passou a agir com truculência a partir deste sábado, 29, quando novas instituições aderiram às ocupações. "Tendo em vista a espontaneidade do movimento, mais escolas foram ocupadas do dia 26 até hoje". A entidade afirma que procurou o tribunal para que as escolas também passassem a fazer parte do acordo. O TRE, no entanto, teria se negado a conversar. Hoje, segundo a UCMG, cerca de 100 escolas do Estado estão ocupadas.

Diante do impasse, a entidade afirma na nota que "cada uma das ocupações tem sua autonomia para discutir em assembleia e tomar suas decisões. Algumas decidiram suspender a ocupação para garantir a integridade dos jovens ocupantes, fazendo atos em repúdio à truculência do TRE e retornando no domingo após às 21h, e outras decidiram por continuar dentro das escolas como forma de protesto".

A entidade afirma ainda ser "terminantemente contra a desocupação de um espaço que é nosso e a criminalização do movimento estudantil, e defenderemos até as últimas consequências o direito dos jovens de decidirem continuar em suas escolas e resistiremos com eles".

Procurado pela reportagem, o governo de Minas Gerais ainda não retornou contato. No TRE a informação é de que o tribunal está discutindo o assunto e deveria se posicionar até o final da tarde, o que não ocorreu até a publicação desta matéria.

O Colégio Estadual Central, onde a ex-presidente Dilma Rousseff estudou, na Zona Sul da capital mineira, foi o primeiro a participar dos protestos no Estado. Ocupada desde o dia 6 de outubro, a instituição é o local de votação dos dois candidatos à prefeitura de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS) e João Leite (PSDB). O presidente nacional do PSDB e senador Aécio Neves também vota no colégio. Com informações do Estadão Conteúdo.

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