Promotoria resgata mais de R$ 1 bi em bens de luxo da corrupção

Carros e imóveis haviam sido comprados por agentes públicos, com dinheiro de propina

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Política fiscalização 02/11/16 POR Estadao Conteudo

Imóveis, carros, barcos e até uma aeronave adquiridos por agentes públicos com dinheiro de propinas fazem parte da lista de bens sequestrados pela Justiça a pedido dos promotores dos Grupos de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaecos) e do Grupo de Atuação Especial contra a Formação de Cartel e Sonegação Fiscal (Gedec), do Ministério Público de São Paulo.

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Levantamento atualizado - divulgado no site do Ministério Público Estadual pelo Núcleo de Comunicação Social - , aponta que entre os 618 imóveis obtidos de forma ilícita constam apartamentos luxuosos, terrenos, postos de combustíveis, academia de ginástica, hotéis e pousadas. O valor estimado dos imóveis vai a R$ 1 bilhão.

"Os Grupos de Atuação Especial têm priorizado a asfixia financeira dos grupos criminosos como estratégia de atuação para a repressão à criminalidade organizada", afirma o coordenador dos Gaecos, promotor de Justiça Amauri Silveira Filho.

Na avaliação de Amauri, a prisão, muitas vezes, atinge apenas o autor imediato do delito, mas nem sempre este é o verdadeiro responsável pelos crimes.

"Por isso, o sequestro e o confisco de bens têm enorme importância na política criminal do Ministério Público."

A relação de bens sequestrados inclui 463 veículos, cinco embarcações e até uma aeronave que foram ou estão sendo levados a leilão. Estima-se em R$ 32 milhões o volume de recursos que podem retornar rapidamente aos cofres públicos.

O último bem que será oferecido ao mercado é um apartamento avaliado em R$ 1,7 milhão - de 180 metros quadrados e duas vagas na garagem -, no terceiro andar do Edifício Mansão Pancetti, em Perdizes, na Zona Oeste da capital.

"Esse imóvel pertencia ao ex-diretor da Fundação Theatro Municipal de São Paulo, José Luíz Herência, delator de um esquema de desvio de recursos públicos na instituição", informa o Ministério Público de São Paulo.

"Herência é investigado pelo suposto desvio de R$ 15 milhões por meio de contratos fraudulentos durante a sua gestão à frente do Theatro Municipal, juntamente com outros agentes públicos."

Além do apartamento que será leiloado, o delator teve confiscados três terrenos em Ilhabela, no litoral norte, e três veículos - uma Land Rover, uma Mercedes e um Citroen Picasso. Com informações do Estadão Conteúdo.

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