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De ex-primeira-dama a possível presidente da maior potência mundial, a candidata democrata Hillary Clinton pode se tornar a primeira mulher eleita para governar os Estados Unidos nesta terça-feira (8).
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Considerada uma das políticas mais admiradas, criticadas e analisadas da história norte-americana, Hillary, aos 69 anos de idade, vive o ponto mais alto de sua trajetória, apesar de ser uma figura pública há 37 anos.
"Hillary comunica mais previsibilidade e propostas passíveis de consideração séria no debate político, tanto dentro do Congresso quanto com a sociedade e a comunidade internacional", diz Alcides Vaz, professor de relações internacionais da Universidade de Brasília (UnB).
Advogada, ex-senadora por Nova York e ex-secretária de Estado, Hillary Diane Rodham, que adotou o sobrenome do marido, o ex-presidente Bill Clinton, nasceu no dia 26 de outubro de 1947, em Illinois, sendo a mais velha dos três filhos do casal Dorothy e Hugh Rodham.
Durante sua vida acadêmica, ela passou pela Universidade de Yale, onde obteve o título de advogada e conheceu Bill, com quem se casou em 1975 e teve uma filha, Chelsea. Nesta época, a democrata formou suas bases políticas e conheceu de perto as lutas pelos direitos civis e pela igualdade de gênero.
"Ela é muito bem preparada, possui uma carreira na área do direito voltada para a defesa das mulheres e crianças. É uma personalidade de respeito", afirma Francisco Cassano, professor de relações internacionais da Universidade Mackenzie.
Como primeira-dama norte-americana, Hillary desempenhou um ativo papel político. Entre os anos de 1993 e 1994, durante o primeiro mandato do marido, ela fracassou na tentativa de reformar o sistema de saúde e foi associada ao escândalo "Whitewater". "Na realidade, nem ela nem o marido tiveram muita coisa a ver, foram absolvidos, mas sempre fica esse marco. Suja a imagem", acrescenta Cassano.
Considerada pelos republicanos como uma feminista radical, Hillary também sofreu intensa humilhação em 1998, com o caso Monica Lewinsky, quando descobriu que o marido mantinha um relacionamento extraconjugal com uma estagiária da Casa Branca.
Em 2000, a concorrente à Casa Branca entrou definitivamente para o cenário político e conseguiu uma cadeira de senadora pelo estado de Nova York. Após o ataque terrorista de 11 de setembro, em 2001, Hillary foi peça fundamental para conquistar cerca de US$ 21 bilhões de ajudar à cidade.
Nas primárias democratas de 2008, Hillary alcançou amplo apoio popular, mas acabou derrotada por uma pequena margem pelo então senador Barack Obama, que mais tarde a convocou para chefiar o Departamento de Estado. Durante quatro anos como secretária da pasta, ela consolidou uma reputação de estadista. "Ela é uma pessoa bastante assertiva", destacou Vaz.
Em julho de 2016, Hillary se tornou a primeira mulher oficialmente indicada por um grande partido para concorrer à Casa Branca. Ao longo da campanha, ela obteve o apoio de 2.842 delegados, superando seu principal rival, Bernie Sanders, que depois passou para seu lado. Segundo Cassano, a escolha foi apropriada, já que a eleição de "Hillary traria muito mais contribuição tanto para os Estados Unidos como para o mundo". "Hillary fala muito em manter sua linha de atuação, ou seja, focar na defesa das crianças, e com isso ela incentivaria as famílias para educarem, tratarem muito bem a saúde das crianças e até formarem bons profissionais. Isso é um grande benefício", salientou.
Considerada favorita, Hillary enfrentou durante a campanha o escândalo do uso de um email privado para enviar mensagens oficiais - algo que motivou pedidos de prisão por parte de republicanos.
"Ela teve desempenho satisfatório em alguns momentos, mas teve a passagem desconfortável dos emails privados que foram investigados pelo FBI", disse Cassano. No último domingo (6), faltando poucas horas para o início das eleições, o a polícia federal dos EUA isentou pela segunda vez a democrata no caso. A um ano de completar 70, após um mandato como senadora e quatro anos à frente da diplomacia norte-americana, Hillary Clinton "é um marco", na visão do professor do Mackenzie. "Além de ser mulher, ela pode ser a primeira mulher na Presidência dos Estados Unidos", completou. (ANSA)
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