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Terezinha era uma jovem loira, bonita, de "seios vultuosos", amante de música e de festas e não escondia sua admiração pela "vida loka". Certo dia, organizou uma festa em Ribeirão Pires (Grande SP) e convidou os novos amigos de Facebook para ouvi-los pessoalmente falar dos crimes que diziam cometer. "Vou levar umas amigas minhas e você leva seus 'parças'", escreveu a garota.
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Nem Terezinha nem a festa existiam. Era tudo invenção de Rodrigo Gonçalves Oliveira, guarda municipal de Santo André (ABC), para atrair cinco jovens da zona leste para uma emboscada. Nesta quinta (10), Oliveira foi preso e confessou ter usado essa estratégia, que resultou na chacina dos rapazes.
Foi em direção da falsa festa, em 21 de outubro, que o grupo foi visto pela última vez ainda com vida. Os corpos dos cinco foram encontrados no domingo (6) em Mogi das Cruzes (Grande SP) em cova rasa –cravejados de bala.
A polícia afirma que Oliveira iniciou este plano tão logo ficou sabendo o apelido de duas pessoas que teriam participado do assassinato de um colega dele, o também guarda municipal Rodrigo Lopes Sabino, 30, morto durante um roubo em 24 de setembro. Os dois se conheceram, afirma a polícia, porque Oliveira era um dos principais instrutores de tiro da guarda de Santo André, onde atuavam.
Como o Oliveira já tinha um perfil falso (a Terezinha) em rede social para fazer investigações, passou a procurar por "Pirata" e "Buiu" que, para a polícia, são, respectivamente, Caíque Machado Silva, 18, e César Augusto Gomes, 19. Assim que conseguiu encontrar seus alvos, enviou um pedido de amizade, logo aceito.
Passaram uma semana conversando sobre futilidades e também, segundo a polícia, sobre os supostos crimes praticados pelos jovens. Para a polícia, Oliveira teve a ideia de convidar os "parças" para a "festa" porque no latrocínio (roubo com morte) do guarda Sabino participaram quatro criminosos. Assim, imaginava poder pegar todos eles de uma vez só.
Como o sítio ficava em local de difícil localização (essa era a história montada), todos combinaram de se encontrar numa avenida de Ribeirão Pires, perto de uma frutaria. Os policiais não sabem exatamente como se deu daí por diante, já que Oliveira confessou seu envolvimento no crime só até esse ponto.
Depois disso, o guarda diz que foi embora porque o grupo não apareceu. Caso os cinco aparecessem, afirma ele, prenderia todos e os levaria para um distrito policial –versão que a polícia duvida. A prisão temporária de Oliveira foi determinada pela Justiça pelo prazo de 30 dias.
Nesta sexta (11), a polícia ouvia outros guardas de Santo André para tentar achar quem o ajudou. O guarda não deu o nome de ninguém. Diz ter feito tudo sozinho. "Parece lógico que uma pessoa sozinha não iria descer dominando as cinco pessoas, em fila indiana, a não ser que fossem amarrados, para jogá-las naquela ribanceira", disse a delegada Elisabete Sato.
A polícia tenta recolher mais provas contra o guarda. Oliveira queimou o celular e o computador usados para no plano porque, confessou, sabia que chegariam até ele. Os corpos das vítimas da chacina devem ser enterrados neste sábado (12), mais de três semanas depois do desaparecimento dos jovens.
Nesta sexta, a polícia disse que, antes do encontro dos corpos no dia 6 numa área de mata de Mogi das Cruzes, PMs já tinham ido ao local duas vezes (nos últimos dias 29 e 1º), sem terem apontado nada. Com informações da Folhapress.