© Mark Makela / Reuters
Milhares de pessoas protestaram nesta sexta-feira (11) contra a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos em várias cidades americanas, no terceiro dia de manifestações após a vitória do republicano sobre a democrata Hillary Clinton.
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As manifestações ocuparam as ruas de Miami, Atlanta, Filadélfia (foto), Nova York e Porttand, em Oregon.
Na madrugada de sábado, uma pessoa foi baleada enquanto cruzava uma ponte em Portland depois de um protesto que durou horas, de acordo com a polícia. As condições da ocorrência ainda não foram esclarecidas.
Mais cedo, manifestantes bloquearam ruas e atiraram objetos contra policiais, que responderam com sprays de pimenta e bombas de efeito moral.Em Los Angeles, centenas de pessoas andaram pelas ruas e bloquearam o trânsito. Elas carregavam cartazes como "Nós rejeitamos o presidente eleito".
Com grandes balões vermelhos, cartazes com corações e um discurso de "paz e amor", cerca de 1.200 manifestantes se reuniram na Washington Square, em Nova York.
"Seu muro não poderá bloquear o nosso caminho", "O amor é um direito humano", "Merecemos um mundo melhor" - diziam os cartazes, muitos pintados por crianças que acompanhavam os pais.
Algumas pessoas agitavam bandeiras mexicanas ou cartazes com o rosto da democrata Hillary Clinton, derrotada por Trump.
Esta foi a terceira manifestação contra Donald Trump em Nova York, que se orgulha da sua diversidade e vota tradicionalmente nos democratas, apesar de ser a cidade do presidente eleito.
"Estamos aqui para apoiar todas as pessoas que Trump ofendeu, para mostrar aos nossos filhos que temos voz, para defender os direitos das pessoas", disse à AFP Kim Bayer, 41 anos, que foi ao protesto com a filha, a irmã e uma sobrinha.
"Temos medo que um governo de Trump seja um desastre para os direitos humanos. Nunca tive tanto medo na minha vida. Temos que sair para protestar, e de maneira ruidosa".
Trump realizou uma campanha agressiva, repleta de insultos e ataques a mulheres, muçulmanos, mexicanos e imigrantes ilegais.
"Estou aqui para enviar uma mensagem de amor a todo mundo que se sente ameaçado, que tenha medo de ser um alvo, aos imigrantes, às minorias, a todos os que foram sacudidos pelo resultado eleitoral", disse Jamie, uma jovem de 25 anos que trabalha em um campus universitário.
"Não estou aqui para protestar pela eleição, porque não há evidências de fraude, mas pela incerteza e porque precisamos de um pouco de amor".
Um novo grande protesto está previsto para a manhã de sábado, no mesmo local.Na Flórida, mais de mil manifestantes bloquearam uma importante ponte que liga Miami à ilha turística de Miami Beach, gritando frases como "As vidas dos negros importam", "Proíbam o racismo e deportem o ódio" ou "Donald Trump tem que partir".
"Todos vieram porque as pessoas estão zangadas", disse à AFP David Gibson, do grupo ambientalista Peace, Justice and Sustainability Florida. "Esta não foi a vontade do povo, houve pouca participação e como resultado deste sistema, terminamos com um presidente que não é qualificado".
Moradores de prédios vizinhos lançaram garrafas contra os manifestantes, em um momento de tensão que não deixou feridos.
Durante a tarde, uma centena de estudantes protestou na Universidade de Miami, onde alguns leram poemas contra o racismo e uma jovem cantou "Lean On Me".Em Orlando, no centro da Flórida, o protesto ocorreu no parque do lago Eola, para "reafirmar que não apoiamos, nem nunca apoiaremos os valores que Trump representa".
Outra manifestação reuniu cerca de cem pessoas diante da Trump Tower de West Palm Beach, 115 km ao norte de Miami. Com informações da Folhapress.
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