Comando Vermelho cria ‘conselho’ em Bangu

Os presos se comunicam facilmente por cartas e aplicativos de celular com traficantes em liberdade

© Reprodução

Justiça Facção criminosa 13/11/16 POR Notícias Ao Minuto

Um conselho secundário da facção criminosa Comando Vermelho (CV) foi formado para disseminar ordens de dentro do Complexo Penitenciário de Bangu. O grupo tomará decisões sem consultar líderes mais antigos da quadrilha, detidos em presídios fora do Rio.

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De acordo com o jornal O Dia, a atuação dessa nova forma de organização aparece em investigações sigilosas das polícias Federal e Civil.

Os presos do chamado Conselho do Rio de Janeiro se comunicam facilmente por cartas e aplicativos de celular com traficantes em liberdade, que executam as ordens. As correspondências são enviadas tanto pelo Correio, já que por lei não podem ser violadas, como por advogados, segundo investigações.

“São ordens que precisam ser executadas com pressa e não podem esperar o Alto Conselho (traficantes mais expressivos, como Marcinho VP e Elias Maluco) se reunir: execuções, invasões. Eles têm aval da cúpula para tomar qualquer medida de urgência”, contou um inspetor, sem se identificar.

O titular da Delegacia de Combate às Drogas, Felipe Curi, investigou a comunicação entre os traficantes líderes da facção com outros presos dentro de Bangu 3, na Operação Overload, ano passado. “Mesmo em penitenciárias máximas, grandes lideranças da facção enviavam ordens para o Rio através de outras pessoas”, afirmou.

Em escutas atuais feitas pela Polícia Federal, identifica-se que a lentidão deste tipo de comunicação foi fator motivador para a criação desse conselho secundário para dar aval a ordens que, de forma mais ampla, já tinham a autorização dos chefões da quadrilha que compõem o chamado Alto Conselho.

Uma das últimas formações era composta, no início deste ano, por Ronaldo Pinto Lima e Silva, o Ronaldinho Tabajara; Leonardo da Silva, o Sapinho; Charles da Silva Batista, o Charles do Lixão; Almir Araújo, o Mimi; Ronaldo de Souza Brito, o Metralha; Eliezer Miranda Joaquim, o Criam; e Isaías do Borel. 

A Vara de Execuções Penais, conseguiu, parcialmente, desfazer a formação desse conselho, após transferir para presídios federais 12 chefes da facção, quando eles comemoravam o ataque ao Hospital Souza Aguiar, na ação em que o traficante Fat Family foi retirado da enfermaria.

Leia também: Força Nacional deve ajudar na investigação de homicídios em POA

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