Problemas com as finanças desafiam o futuro de Interlagos na Fórmula 1

Há um desafio e tanto que precisará ser superado: a viabilização financeira da corrida

© Nacho Doce/Reuters

Esporte incerteza 14/11/16 POR Estadao Conteudo

O promotor do GP do Brasil, Tamas Rohonyi, diz não haver risco de a prova de Interlagos sair do calendário da Fórmula 1. Assegura que o contrato com validade até 2020 será honrado. No entanto, há um desafio e tanto que precisará ser superado: a viabilização financeira da corrida. Este ano, foi registrado prejuízo de US$ 30 milhões (cerca de R$ 101 milhões) como revelou o jornal O Estado de S.Paulo na edição de sábado. Há contas a pagar para 2017, mas não se sabe ainda de onde virá o dinheiro.

PUB

O GP do Brasil aparece no calendário divulgado pela FIA para 2017 como não confirmado. Isso significa que há pendências, atuais e relacionadas ao evento futuro. São questões financeiras. E a crise dificulta o fechamento das contas. Este ano, por exemplo, uma das áreas em que tradicionalmente vários apoiadores do GP instalavam seus "hospitality centers" estava praticamente vazio.

O custo para realizar a Fórmula 1 é salgado. Só a taxa do promotor, paga anualmente à FOM (Fórmula One Management, administradora da F-1) é de US$ 24 milhões (cerca de R$ 81,3 milhões). A operacionalização do GP - gastos com equipamentos, tecnologia, treinamento de pessoal, contratação de serviços na área de limpeza e segurança, entre muitas outras demandas - consome por baixo mais R$ 40 milhões. Os custos da Prefeitura com itens como grades de segurança, pintura e manutenção do autódromo são estimados em US$ 7 milhões por ano (R$ 23,8 milhões) - esse gasto não entra na conta da reforma iniciada em 2014.

Há fatores a favor de Interlagos. Várias empresas multinacionais que investem na Fórmula 1 têm interesse mercadológico no País. Bernie Ecclestone, o todo-poderoso chefão da FOM, é um defensor do GP. E a renovação do contrato da prova até 2020 foi condicionada às reformas no autódromo, com custo estimado de R$ 160 milhões, para melhorar sobretudo a infraestrutura. São Paulo tem cumprido a sua parte neste acordo.

O paddock foi quase totalmente modificado e este ano, entre outras obras, foram melhorados o edifício de apoio e o centro operacional (a antiga torre foi demolida). Para 2017, está programada a cobertura total do paddock, na terceira e última fase da reforma.

Ecclestone está mesmo preocupado com o futuro de Interlagos. Na última quarta-feira foi a Brasília para um encontro de 30 minutos com o presidente Michel Temer. Boa parte da conversa foi sobre a continuidade do GP. Bernie falou da necessidade das garantias financeiras. O presidente ressaltou que o País tem grande interesse na corrida.

OTIMISMO - Rohonyi aposta no interesse das empresas estrangeiras e na tradição, uma vez que a prova ocorre há 45 anos, como trunfos. "Eu acho que é uma das corridas-chave por vários motivos. Todos os grandes patrocinadores das equipes têm grandes interesses comerciais no Brasil e para essas companhias hoje a presença da Fórmula 1 é de vital importância", disse. Ele também invoca o fato de o GP ser uma das "provas clássicas" da categoria.

O problema é que há um outro fator a ser considerado. "Bernie gosta muito de fazer a Fórmula 1 no Brasil. Mas não abre mão do lado financeiro. Costuma ser intransigente nesse aspecto", afirmou à reportagem uma pessoa próxima a Ecclestone e que acompanha a categoria há duas décadas. "Não se esqueça de que a França e a Alemanha também são tradicionais e já saíram do calendário".

Entre as incertezas está a mudança no comando municipal. O prefeito eleito de São Paulo, João Dória (PSDB), revelou ter intenção de privatizar o autódromo. Ou seja, a Prefeitura não pretende mais colocar dinheiro público em Interlagos.

Fernando Haddad (PT), o prefeito que renovou o contrato com a Fórmula 1, voltou a dizer ontem que o GP é importante para a economia da cidade, mas que a reforma também visa tornar o autódromo em um equipamento multiuso. "Só para a F-1 não valeria a pena, já gastamos mais de R$ 100 milhões". De acordo com estudo de 2014 do Observatório de Turismo e Eventos, da SPturis, a corrida movimenta R$ 260 milhões para São Paulo.

Ele se reunirá nesta quarta-feira com Dória para tratar de Interlagos e falará sobre o término da reforma. "Dependendo do que ele pretende, talvez não valha a pena concluir".

Mas também neste domingo em Interlagos, o ministro do Turismo, Marx Beltrão, confirmou a liberação de R$ 54 milhões recursos federais para a conclusão das obras. "Vamos trabalhar junto com o governo municipal e junto à FIA para que possamos manter o GP", acrescentou o ministro do Esporte, Leonardo Picciani. Com informações do Estadão Conteúdo. 

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 22 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

fama Televisão Há 23 Horas

'Pensava que ia me aposentar lá', diz Cléber Machado sobre demissão da Globo

mundo Catástrofe Há 23 Horas

Sobe para 10 o número de mortos após erupção de vulcão na Indonésia

fama Óbito Há 18 Horas

Detalhes sobre o funeral de Liam Payne são divulgados

fama Mortes Há 21 Horas

Todos os famosos que morreram em 2024 e alguns você nem lembrava

justica Desvio Há 23 Horas

Funcionário de empresa confessa desvio de R$ 500 mil para apostar no Jogo do Tigrinho

mundo Uganda Há 17 Horas

Raio cai em igreja e mata 14 pessoas durante culto em Uganda

fama Maternidade Há 22 Horas

Nasce primeiro filho de atriz Margot Robbie, diz revista

fama Cantora Há 20 Horas

Rihanna diz que torcia pela seleção brasileira e era fã de Ronaldinho Gaúcho

mundo Estados Unidos Há 23 Horas

Trump sinaliza apoio à ideia de tirar flúor da água, se eleito presidente dos EUA