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Cláudia Cruz prestou depoimento ao juiz Sérgio Moror, nesta quarta-feira (16), na 13ª Vara Federal de Curitiba, mas limitou-se a responder as perguntas do seu advogado, Pierpaolo Bottini.
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Ela é acusada de lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal por manter uma conta secreta na Suíça, denominada Kopek, que recebeu US$ 165 mil oriundos de propina de um contrato da Petrobras para exploração de petróleo em Benin, na África. As informações são de O Globo.
Durante o seu depoimento, hoje, a jornalista disse que toda a gestão financeira do casal cabia ao marido, o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e que ela não sabia que o cartão de crédito que possuía na Suíça, para gastos no exterior, era vinculado a uma conta.
Ela também disse que não tinha a “menor ideia” da origem dos recursos da conta, à qual seu cartão de crédito estava vinculado, mas que confiava em Cunha.
O advogado perguntou então se em algum momento ela conversou sobre a origem do dinheiro do marido.
"Quando as noticias saíram, ele ficava sempre muito bravo, socava a mesa. E sempre repetia "o meu dinheiro é lícito". Eu acreditava. Não tenho motivo para desconfiar".
Ainda segundo O Globo, o advogado insistiu e perguntou então se mesmo enquanto jornalista não tinha curiosidade de saber de onde vinham os valores, ela respondeu que em casa era apenas mãe dos filhos do ex-deputado.
"Veja bem, em casa eu não era jornalista. Era mãe dos filhos e ele (Cunha) meu marido. E ali não tinha ninguém fazendo entrevista ou perguntando", afirmou Cláudia Cruz.
Sobre as inconsistências em seu Imposto de Renda, ela disse que, antes do casamento, quem fazia sua declaração era o pai e que, quando casou, foi Eduardo Cunha quem assumiu a tarefa.
"Ele fazia toda a gestão financeira. Eu sempre confiei plenamente. Se é prudente ou não, eu sempre confiei".
Cláudia Cruz ainda falou sobre o patrimônio declarado de Cunha não ser compatível com os rendimentos dele, alegando que o marido tinha patrimônio oriundo de investimentos em bolsa de valores e no mercado imobiliário.
Segundo ele, a vida do casal manteve-se no mesmo patamar financeiro, mesmo após Cunha entrar na política.
Assim que deixou a 13ª Vara, a jornalista seguia para a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, a fim de visitar o marido.
Outra versão
No depoimento dado à força-tarefa da Lava-Jato, no entanto, em abril passado, ela contou que a conta na Suíça havia sido aberta por sugestão de Eduardo Cunha, para custeio dos filhos no exterior, e que foi ele quem levou os formulários para que ela assinasse. Disse ainda que a conta era abastecida por Cunha e que ela não sabia sequer o saldo.
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