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Que a falta de informação pode ser considerada o primeiro passo em direção ao preconceito, muitas pessoas já sabem. Porém, além de se informar melhor sobre os mais diversos assuntos, o que mais poderia ser feito? Uma boa alternativa é: encarar o outro de igual para igual, entendendo que cada indivíduo tem suas peculiaridades.
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Essa postura também vale com relação a doenças que provocam diferentes manifestações e podem causar estranhamento. As crianças, por exemplo, nem sempre sabem como agir a situações distintas das que estão acostumadas a vivenciar, o que pode gerar, num primeiro momento, afastamento e medo. Um exemplo que se encaixa nesse cenário é o convívio com a epilepsia, doença muito comum na infância. Discutir essas questões pode ser uma importante ferramenta para facilitar a vida social do paciente nessa fase da vida e fortalecer sua segurança.
Com incidência de cerca de 50 milhões de pessoas no mundo e 3 milhões de brasileiros, conforme a Liga Brasileira de Epilepsia (LBE), a doença é caracterizada por descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro, que são recorrentes e geram as crises epilépticas. O problema pode ser entendido como uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido desencadeada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos e, muitas vezes, não tem a causa identificada. Os episódios podem durar de segundos a minutos, no momento em que o cérebro emite os sinais incorretos.
As crises e a antecipação delas causam grande angústia na vida de pais e crianças com epilepsia, o que prova que quanto maior for o conhecimento sobre o assunto, maior a segurança dos pacientes e pessoas que estão por perto. Segundo a Dra. Maria Luiza Manreza, doutora em Neurologia pela USP, “entender a epilepsia é também compreender que quem tem a doença na grande maioria das vezes pode viver uma vida normal. Mesmo porque, com o avanço da medicina, atualmente 70% dos episódios são controlados por meio de medicamentos”.
Quando as crises não são devidamente controladas, podem causar impacto negativo na rotina e vida social da criança, impedindo o seu desenvolvimento de maneira saudável. Além disso, a falta de um diagnóstico precoce e tratamento adequado podem agravar a situação como um todo. “Não há uma causa certa para a epilepsia, porém, no início da vida, a mais comum é a origem genética. Além dela, são consideradas também lesões cerebrais que podem ocorrer durante o nascimento ou doenças como a encefalite, meningite ou sarampo”, pontua a Dra. Maria Luiza.
A compreensão dos pais, além da busca pelo auxílio médico, é determinante para o futuro do filho, pois influencia diretamente na imagem que ele desenvolve de si mesmo e de sua doença. A criança deve crescer em um ambiente de aceitação e amor, que contribua com seu autoconhecimento e autoestima, promovendo um bom convívio com a epilepsia.
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