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As sementes antigas, ricas em nutrientes, estão retornando ao mercado com força total. As mais tradicionais, como quinoa, amaranto e chia, já figuram no ranking dos super alimentos e começam a ser usadas no lançamento de produtos. Mas o que há por trás deste boom e o que precisa ser considerado no envase dessas bebidas com grãos nutritivos?
Não são apenas os vegetarianos que gigantes como o McDonald’s buscam atingir com opções sem carne. Em todo o mundo, mesmo as pessoas que consomem carne estão desenvolvendo um apetite especial por alimentos baseados em vegetais, com valor nutritivo que garanta benefícios à saúde. E estas pessoas buscam novas experiências em alimentos e bebidas e padrões mais altos de consumo. Elas prestam atenção especial à saúde e bem-estar como uma das mega tendências. Qualquer que seja o conceito nutricional que a pessoa busque – em qualquer tipo de dieta cujo foco seja a saúde – o consumo de carne é restrito a produtos orgânicos de alta qualidade ou, como alternativa, proteína vegetal. Neste cenário, as sementes com alto valor protéico, provenientes de plantas antigas, podem ser a saída. O próprio McDonald’s já esta recheando seu Veggie Clubhouse Burger com uma pasta feita de quinoa e pimentão assado, ao invés de carne moída.
A quinoa é originária da América do Sul, e os Incas, no Peru e Bolívia, usavam-na como um alimento base há 6 mil anos. Ela pertence à mesma família de plantas como beterraba, espinafre e acelga. A quinoa, como semente, pode ser usada e preparada na forma de grãos. Mas ela não é um grão e não tem glúten. Além disso, as sementes de quinoa são ricas em nutrientes como ferro, magnésio e cálcio e são uma boa fonte de antioxidantes e proteína. O teor de proteína é cerca de 15% maior que o dos grãos convencionais como trigo, cevada e aveia. A proteína da quinoa contém todos os amino ácidos essenciais que o corpo humano não pode produzir e que devem estar na dieta.
O amaranto é semelhante à quinoa em valor nutritivo, mas também não é um grão. Ele faz parte da família das fedegosas e é uma das plantas mais antigas – a evidência mais antiga data de cavernas de 9 mil anos em Tehuacán, México. O amaranto também é livre de glúten e tem alta concentração de cálcio, ferro, magnésio e proteína, além de amino ácidos essenciais e ácidos graxos insaturados.
Mas o top na lista de sementes livres de glúten é a Chia. Os maias veneravam os grãos da chia e aproveitavam as propriedades de seu óleo. Hoje a venda de sementes de chia no mundo é enorme – de acordo com a Mintel, uma das principais agências de inteligência de mercado do mundo, o consumo aumentou 118% entre 2012 e 2015. As sementes de chia têm uma densidade energética muito alta e têm cerca de 20% de proteína – que é quase o dobro do teor de proteína da aveia, cevada e trigo. A chia também tem um alto teor de magnésio, cálcio e fibra e contém uma grande quantidade de Ômega 3 e anti oxidantes.
Sem glúten e sem adulteração
Julia Trebels, gerente Global de Produto da SIG Combibloc, explica: “As espécies antigas de plantas e suas sementes são a resposta para muitas questões dos consumidores modernos em relação a alimentação. Norteados por chamadas como ‘doenças causadas por alimentos’, e alergias, intolerâncias alimentares e recalls de produtos, os consumidores buscam alimentos naturais com baixo nível de alergênicos, puros e limpos, e o menos processado possível; estes alimentos dão a sensação de autenticidade e segurança. Daí o aumento de interesse pelas plantas tradicionais. Elas também são importantes para os consumidores que querem adicionar variedade à sua dieta, com novos sabores e texturas”.
Os primeiros alimentos a utilizar tipos antigos de semente foram os cereais matinais, pães, bolos e as barrinhas energéticas. E eles venderam muito bem. Como resultado, novos produtos foram adicionados à esta linha. As sementes antigas já podem ser encontradas em lácteos, sobremesas, pizzas, massas, sopas e snacks. Pesquisas de mercado internacionais mostram que no setor de alimentos e bebidas, houve um aumento de 70% no número de lançamentos de produtos contendo chia entre 2014 e 2015, enquanto houve um aumento de 27% nos lançamento de produtos com quinoa. Os mais recentes desenvolvimentos envolvem, por exemplo, lingüiças mais nutritivas e com baixo índice calórico, reduzindo o conteúdo de gordura dos ressaltadores de sabor ao utilizar as sementes de quinoa.
A indústria de bebidas também descobriu as mini sementes e está lançando produtos com conceitos inovadores baseados em plantas tradicionais. Na Coreia, a Dr. Chung’s Food lançou um muesli com pérolas de tapioca e quinoa – criando um novo produto no segmento de bebidas de soja UHT. Kyoung-Jae Lee, diretor Comercial da Dr. Chung’s Food, explica: “As pérolas de tapioca são feitas de mandioca. Elas garantem uma textura incomum para as bebidas e devido ao teor de amido, elas são muito energizantes e ideais para começar o dia. A receita do nosso novo muesli líquido inclui 16 diferentes tipos de grãos, lentilhas e quinoa. Estas bebidas podem substituir uma refeição sólida, especialmente para consumidores em movimento e com pouco tempo para preparar algo, mas que querem uma dieta saudável e balanceada.”
O envase do novo produto foi possível graças à solução drinksplus da SIG Combibloc. Com o drinksplus, produtos com até 10% de partículas podem ser processados e envasados assepticamente em embalagens cartonadas, usando máquinas de envase padrão da SIG Combibloc. Para isso, as máquinas de envase são otimizadas com um kit que inclui válvulas, hastes de válvulas e bicos de envase. Isto garante um fluxo ideal para o produto durante o envase das bebidas.
Mistura saudável
Dependendo do tamanho e quantidade de sementes, as bebidas podem ser envasadas em embalagens cartonadas sem o kit. No Brasil, a Tirol está fazendo isso. A empresa desenvolveu uma mistura saudável e lançou uma linha de bebidas lácteas com polpa de frutas, linhaça e quinoa: o Fibrallis Vitamina. Segundo Lilian Paula Pagliochi, gerente de Marketing da Tirol, a linha Fibrallis foi desenvolvida para garantir aos consumidores uma dieta saudável e fácil de ser consumida em movimento e que necessita de pouco tempo de preparo: “Fibrallis é uma linha de bebidas pronta para o consumo. É um produto saudável, saboroso e conveniente que garante excelente valor nutritivo e garante o funcionamento adequado do intestino”.
As bebidas lácteas UHT passam pelo processo de envase convencional da SIG Combibloc. Nestas máquinas de envase, cada embalagem cartonada é formada individualmente, esterilizada e envasada. Após o processo de envase, as embalagens cartonadas são seladas por ultrasom abaixo do nível de envase, sem contato com o produto. Isto evita que partículas ou fibras atrapalhem a selagem.
A próxima geração já está pronta
O sucesso das super sementes tradicionais certamente continuará. Mas o que virá depois da chia, amaranto, quinoa, cânhamo, linhaça e gergelim? Segundo Julia Trebels, “Na busca por formas integrais de alimentos, as pessoas estão encontrando inspiração nas mais diversas áreas culturais. Entre os produtos com potencial há a semente da árvore moringa, também conhecida como árvore baqueta, que acredita-se tenha propriedades anti envelhecimento e antibióticas.
As sementes podem ser consumidas cruas, tostadas ou cozidas como ervilhas e são diuréticas, sedativas e têm efeito analgésico. A semente de Nigella, também conhecida como cominho preto, tem potencial para fazer parte da próxima geração de super sementes. Elas têm um sabor apimentado e ajudam a aliviar problemas respiratórios devido aos seus óleos essenciais. Elas são eficientes contra problemas estomacais, cólicas e dores de cabeça.
As sementes de Sacha Inchi, ricas em Ômega 3, proteína, cálcio e vitamina E, também estão no radar dos consumidores saudáveis. As nozes secas dos Incas podem ser comidas cruas ou processadas; elas melhoram o desempenho e a concentração e têm um efeito positivo na circulação. Há ainda as variedades de painço teff e sorghum, além das sementes de mostarda, que são candidatos a fazer parte da lista de super alimentos”.
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