© Agência Brasil
As deportações de venezuelanos na fronteira do Brasil com a Venezuela, em Roraima, cresceram 824% neste ano em comparação com o ano passado.
PUB
De acordo com a Polícia Federal, já foram deportados 445 venezuelanos neste ano, ante 54 de 2015. O local é a principal porta de entrada dos estrangeiros que têm deixado o país para buscar comida e moradia em cidades do Estado.
Já são 30 mil, segundo o governo de Roraima, os venezuelanos que deixaram seu país com a crise de abastecimento e cruzaram a fronteira com o Brasil, inundando cidades como a fronteiriça Pacaraima, porta de entrada dos estrangeiros do país vizinho, e a capital, Boa Vista.
O crescimento de deportações é proporcional ao agravamento do que Roraima classifica como crise humanitária. Em 2014, foram apenas 33, o ano todo.
Atendimentos hospitalares, violência, casos de malária e prostituição apresentaram crescimento no Estado nos últimos meses e é comum encontrar venezuelanos dormindo nas ruas, em imóveis invadidos e na rodoviária.
Segundo a PF, entre 13 de outubro do ano passado e o mesmo dia deste ano, entraram no Brasil, via Pacaraima, 58.463 venezuelanos. O número, no entanto, não representa o total de habitantes do país vizinho que imigraram para o Brasil, e sim ao trânsito -um estrangeiro pode ter entrado várias vezes.
A fronteira entre Brasil e Venezuela é seca, ou seja, qualquer pessoa pode, caminhando, entrar no país sem a necessidade de passar pelos órgãos de fiscalização.
O governo de Roraima afirma que a maioria dos venezuelanos está no país de forma irregular. No total, 1.805 venezuelanos pediram refúgio ao Brasil neste ano, segundo o Ministério da Justiça. É, também, um total que cresce a cada ano. Em 2013, foram 54, ante os 208 de 2014 e os 825, do ano passado. A PF informou não ter estimativa sobre o contingente de venezuelanos que estão irregularmente no país.
Há situações, como a Folha de S.Paulo publicou no último domingo (20), em que o pedido de análise do refúgio será processado somente em fevereiro de 2018.
De acordo com a PF, a documentação recebida referente aos pedidos de refúgio é enviada ao Conare (Conselho Nacional de Refugiados), para análise.
Segundo o ministério, há uma articulação com Polícia Federal, Ministério das Relações Exteriores e Acnur (alto comissariado da ONU para refugiados) com o objetivo de facilitar a documentação e a regularização de imigrantes no território nacional.
O governo de Roraima crê que a maioria dos pedidos de refúgio não serão aceitos, por não terem elo com fuga de guerra ou violação de direitos humanos no país de origem. Com informações da Folhapress.
LEIA TAMBÉM: Tribo indígena da Amazônia é fotografada pela primeira vez