Expansão do crédito aumenta desequilíbrio do País

A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) afirmou nesta quinta-feira, 24, em relatório sobre os sistemas bancários das maiores economias emergentes do mundo, que os desequilíbrios econômicos do Brasil aumentaram, recentemente, por causa da contínua expansão do crédito no País.

© Reuters

Economia S&P 24/10/13 POR Agencia Estado

"Isso ocorreu, principalmente, após o recente impulso de bancos estatais em meio ao lento crescimento da economia nos últimos anos", afirmou. De acordo com a S&P, a continuação do crédito fácil aumentaria ainda mais o fardo de dívida das famílias brasileiras, deixando o sistema financeiro sujeito a riscos.

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O parecer da S&P engloba Brasil, Rússia, Índia, China, México e Turquia (o chamado grupo BRICMT ). A agência de classificação de risco alertou que, nesses países, o débito das famílias em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) cresceu mais rapidamente do que o PIB per capita, com exceção da Índia, onde os empréstimos aumentam mais devagar, com os bancos adotando posição mais cautelosa.

"Após ter desacelerado mais que o esperado em 2012, prevemos que o crescimento do crédito nesses seis países vai se recuperar em 2013 e 2014. As perspectivas de mais crédito nos BRICMT são favoráveis, na medida em que o relativamente forte crescimento do PIB desses países antes de 2012 ajudou a protegê-los da estagnada economia global", avaliou.

A S&P prevê que essas seis nações crescerão uma média de 3,5% este ano, ante 2,3% de aumento nos Estados Unidos, 0,6% na Grã-Bretanha e 2,2% no Japão. "Segundo nosso cenário base, o Brasil terá um moderado fortalecimento e a China deve crescer 7,3%, mas o crescimento vai desacelerar no México e na Índia", afirma o documento. "Acreditamos que a expansão do crédito será maior na Turquia, na Rússia e no Brasil, mas menor na Índia e no México."

Em relação ao fluxo de capital externo, a agência de classificação disse que o efeito de uma possível fuga de capital provocada pela política do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) nos setores bancários do Brasil, Rússia, China, Índia e México será "moderado" por causa da modesta necessidade de financiamento externo desses países. A S&P destacou ainda que, no caso do Brasil e da Índia, os ratings (notas) das instituições financeiras têm perspectiva negativa, refletindo a expectativa do rating soberano desses países.

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