© Lula Marques / Agência PT
A defesa do atual presidente Michel Temer já não está preocupada com a separação das contas de campanha de 2014 do peemedebista com Dilma Rousseff.
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Depois que o ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otavio Azevedo, mudou sua versão na semana passada ao prestar depoimento, Temer deixou de lado a preocupação com a divisão das contas. Antes o presidente defendia que o caso fosse julgado individualmente no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Na primeira versão, Azevedo havia dito que a contribuição da empreiteira para a campanha de Dilma em 2014 tinha sido, de fato, pagamento de propina.
No entanto, a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, destaca que Azevedo ficou sabendo que os valores tinham sido depositados na conta de campanha de Temer e então decidiu mudar a versão e dizer que havia se "enganado". Em novo depoimento, o ex-empreiteiro disso que a doação foi regular.
A coluna refere que o depoimento de Otavio Azevedo era o único que sustentava que a campanha tinha recebido propina. Após a nova versão, essa parte da denúncia perde força e já não há a discussão sobre separar ou não as contas de Temer das de Dilma. "Se tornaria dispensável", comentou um interlocutor de Temer.
O advogado de Michel Temer, Gustavo Guedes, se limitou a dizer que, a partir de agora, "sobressai a tese que sempre defendemos, de improcedência da ação por ausência de ilicitude".
O ministro Herman Benjamin, do TSE, que relata o caso, ouviu 37 pessoas, em Brasília, Rio, Curitiba e Fortaleza. A fase de oitiva de testemunhas foi encerrada na segunda (21).
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