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A Polícia Militar enviou o comandante-geral da corporação, coronel Wolney Dias, e o porta-voz da PM, major Ivan Blaz, na manhã desta quarta-feira (7), ao encontro do arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta.
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"Na verdade, o motivo principal da minha vinda aqui hoje foi para formalizar um pedido de desculpas oficial da Polícia Militar, como seu representante, relativo ao episódio de ontem. Consideramos lamentável que um templo sagrado tenha sido invadido. Logicamente foi uma decisão tática naquele momento, tomada sob o calor da situação, em que policiais estavam sob risco, sendo alvejados com pedras, fogos, bombas. Então, naquele momento se tomou uma decisão", diz Wolney.
Além de Dom Orani, participaram do encontro o bispo auxiliar do Rio, Dom Luiz Henrique, e o provedor da Irmandade da Igreja invadida, Gary Bon-Ali.
A invasão de agentes à Igreja São José foi durante o protesto ocorrido em frente à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), nesta terça-feira (6) - PMs se posicionaram nas janelas do templo, que fica na Rua São José, no Centro, ao lado da Casa, para atirar com munição não-letal em direção aos manifestantes. Segundo o Extra, seis agentes da PM ficaram feridos.
Segundo Wolney, a situação está sendo apurada. "Estamos ouvindo os policiais envolvidos. Mas, como disse, o episódio, por si só, é lamentável. É muito ruim. As imagens são muito fortes. Estamos adotando esforços, por meio da adoção de estratégias, que impeçam que outro episódio como esse se repita", completou.
Dom Orani contou da promessa do coronel de que atitudes como essa não ocorrerão mais. "O comandante Wolney chegou aqui para dizer da sua dor com relação ao que aconteceu ontem, lamentando, e dizendo que a Polícia Militar fará uma nota reconhecendo que não deveria ter acontecido essa presença na igreja, utilizando-a para atacar os manifestantes", falou o religioso.
Um vídeo recebido pelo "Informe RJO" mostra o caos do acontecimento e prova como tudo aconteceu. Nas imagens é possível ver os agentes posicionados nas janelas do templo e um policial atirando contra um grupo. As pessoas que estavam concentradas em frente à Alerj insultaram quando perceberam que os policiais se encontravam na igreja.
A PM usou seu perfil no Twitter para se posicionar sobre o ocorrido, após as imagens circularem na internet. "Foi necessário que policiais do BPChq entrassem na igreja vizinha à ALERJ para coibir ações violentas no interior e no entorno. A PMERJ ressalta que atitudes de agressão e desordem não contribuem positivamente para reivindicações dos servidores", dizia nota.
A Igreja São José foi fechada nesta terça por causa do protesto.