© Reprodução / Nasa 
Vitaly Egorov, popularizador do espaço e promotor do projeto da primeira sonda “popular” da Lua, contou a agência RIA Novosti sobre o término da elaboração do projeto, explicou no seu blog as mudanças na data de lançamento da sonda e falou dos planos de a enviar à Lua.
PUB
"Ainda não marcamos a data certa do lançamento, nem escolhemos o tipo de foguete que poderá lançar nossa sonda. […] Contamos com que a máquina esteja preparada para lançamento até 2019, embora já agora seja evidente que está havendo algum atraso. Por enquanto, é tudo um projeto voluntário e os engenheiros que dele participam o fazem no tempo livre do trabalho e da família, que é, claro, muito limitado", afirmou Egorov.
Primeiro passo em direção à Lua
Em outubro do ano passado o conhecido blogueiro e entusiasta da exploração espacial Vitaly Egorov anunciou o lançamento da campanha de financiamento coletivo visando construir um microssatélite que fosse enviado à Lua para obter imagens de alta qualidade da sua superfície, inclusive dos lugares onde pousaram as expedições do programa Apollo.
O projeto atraiu uma atenção inédita do público, levando Egorov e sua equipe a recolherem mais de um milhão de rublos em três dias.
Em meados de maio, se deu um encontro entre os engenheiros da sonda, durante o qual Egorov e seus colegas aprovaram um projeto prévio sobre o aspeto exterior e medidas do satélite, o equipamento a ser instalado.
O documento com os requisitos do satélite a construir, segundo os engenheiros, deverá estar pronto até o Outono deste ano, mesmo que as dificuldades ligadas ao caráter voluntário do projeto tenham causado alguns atrasos.
Hoje (7) os engenheiros apresentaram o documento oficial, de acordo com o qual a sonda será construída. Este documento, segundo explica o engenheiro, ajudará sua equipe a elaborar o projeto preliminar, ou seja, uma descrição detalhada da astronave.
De acordo com Egorov, o projeto preliminar já está 70% pronto e os participantes esperam que ele esteja terminado até o Ano Novo.
Segundo as estimativas dos peritos que preparam o documento, o preço de custo da sonda será superior a 10 milhões de dólares, porém, Egorov acredita que o valor final pode ultrapassar este valor e atingir até 20 milhões. Por outro lado, o próprio engenheiro diz que o projeto já suscitou a atenção de potenciais investidores.
"Ao longo do último ano realizamos vários encontros com empresários russos e verificamos que há interesse neste projeto, primeiramente, por causa daas perspectivas comerciais. Ao mesmo tempo ficou evidente que nenhum patrocinador seria capaz de garantir sozinho a realização do projeto já que é caro demais", frisou Egorov.
Egorov ressaltou que patrocinadores também poderão tomar parte da escolha do nome para a sonda, que, por enquanto, foi designada informalmente de "Pequeno aparelho espacial de sondagem lunar à distância".
Odisseia lunar
Alguns elementos da sonda lunar russa não foram modificados desde maio. Em particular, segundo estava previsto, ela vai ser equipada com um motor de foguete ‘comum' russo. Além disso, os engenheiros continuam planejando usar um telescópio ótico bastante potente, bem como uma câmara para obter fotos de alta qualidade (superior à da sonda da NASA, LRO) da superfície lunar.
Cada pixel nas imagens do satélite ‘popular' russo corresponderá a apenas 25 centímetros da superfície lunar, mesmo caso sonda esteja bastante afastada do satélite da Terra. Tal qualidade ultrapasse a da sonda LRO e permitirá observar todos os vestígios da expedição Apollo na superfície do corpo celeste. Se as fotos forem tiradas de órbitas ainda mais próximas da Lua, terão ainda maior qualidade.No entanto, também há alterações do projeto inicial — por exemplo, dos 160 kg previstos de início, o satélite passará a pesar apenas 100. Isto será possível graças ao fato de a instalação de rádio consumir menos energia e aquecer menos do que estimavam os engenheiros, o que permitirá reduzir o tamanho dos painéis solares e o peso dos sistemas de arrefecimento.
Segundo comunicou Egorov, serão usados componentes tanto russos como estrangeiros, sendo que as sanções não devem influir no acesso a tais dispositivos.
Além disso, para hoje são considerados dois modos de enviar a sonda para perto da Lua — através da sua instalação em órbita geoestacionária ou na chamada órbita de travessia para a Lua. Ambas as variantes exigem apoio financeiro tanto do Estado, como das agências espaciais estrangeiras.
Quando a sonda "popular" atingir a órbita da Lua, ela começará a circular em torno do nosso satélite, podendo permanecer lá bastante tempo sem gastar grandes quantidades de combustível. Esta órbita será próxima à órbita polar — deste modo, a sonda voará sobre o Polo Norte e o Polo Sul, não com um ângulo de 84-85 graus, mas sim de 90 graus.
Isto dificultará de algum modo o processo de fotografar os polos, mas prorrogará a vida da sonda. Segundo disse Egorov, os membros da equipe esperam que a sonda fique em órbita da Lua por um ano ou até mais. (Sputink)
Leia também: Descoberto 'monstro' marinho único na costa da Califórnia