Contra o rebaixamento, Inter faz o mais dramático jogo da sua história

Dos três times que lutam contra a última vaga na Série B do próximo ano, só os gaúchos não dependem apenas de suas próprias forças

© Ricardo Duarte/Inter

Esporte última rodada 11/12/16 POR Estadao Conteudo

Fluminense e Internacional fazem neste domingo um jogo que, se não chama a atenção do torcedor pela qualidade técnica, será um dos mais importante da última rodada do Campeonato Brasileiro e dos 107 anos de vida do clube gaúcho. No Estádio Giulite Coutinho, o Inter tentará evitar o primeiro rebaixamento de sua história. Para isso, precisará vencer o jogo e torcer por tropeço de Sport ou Vitória.

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A situação do Inter é dramática. Dos três times que lutam contra a última vaga na Série B do próximo ano, só os gaúchos não dependem apenas de suas próprias forças. A equipe do técnico Lisca - que fará seu terceiro e, provavelmente, último jogo como treinador do time - dependerá ainda de um empate do Sport com o rebaixado Figueirense na Ilha do Retiro, ou de derrota do Vitória para o campeão Palmeiras no Barradão. Nesse caso, ainda precisaria tirar uma diferença de seis gols de saldo.

Ao longo da semana, o clima entre jogadores e comissão técnica variava entre a cautela e a tensão. Se até poucas rodadas atrás o discurso era o de evitar a queda a todo custo, agora as entrevistas iam no sentido de ajudar o clube a voltar ao seu lugar de origem. A palavra "rebaixamento", porém, foi evitada.

"Como colorado, se a situação for adversa, sofrerei muito, como já tenho sofrido", disse o lateral Ceará. Campeão mundial pelo clube em 2006, ele retornou ao time no segundo semestre. "Independente do momento, o Inter é grande e voltará a conquistar títulos internacionais e nacionais."

William, companheiro de Ceará na defesa, falou em "guerra" diante do Fluminense. Cria da base do Inter, ele pediu concentração no jogo. O lateral não quer saber o que estará acontecendo nas outras duas partidas que interessam ao time.

A última atividade no Beira-Rio, na sexta-feira, ocorreu com portões fechados. Mas o motivo foi diferente do habitual nessas situações; em vez de ensaiar jogadas ou esconder o time titular, o técnico Lisca quis deixar os jogadores à vontade pela última vez. Depois, falou em tom de despedida.

"Não dei treinamento. Queria mais privacidade. Congracei com jogadores e funcionários", contou Lisca. "Foi mais para passar a alegria que tive, o prazer mesmo neste momento difícil. Foi mais uma despedida, mas com alegria e afeto. Até para abraçar os jogadores."

O torcedor promete estar presente e lotar seu espaço no Giulite Coutinho - são 1,2 mil lugares reservados para a torcida visitante. O clube lançou um pacote de viagens barato para quem quisesse sair de Porto Alegre de ônibus - R$ 120 ida e volta. Torcedores no Rio também se mobilizam. Todos querem ver mais um capítulo - talvez o mais dramático - da centenária história do Inter ser contada.

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