© Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil
Neste domingo (11), o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, diz que há "chance zero" de setores das Forças Armadas, da ativa, mas também da reserva, se encantarem com a volta dos militares ao poder.
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Admite, no entanto, que há "tresloucados" ou "malucos" civis que batem à sua porta cobrando intervenção no caos político, informa o Correio do Povo.
"Esses tresloucados, esses malucos vêm procurar a gente aqui e perguntam: 'Até quando as Forças Armadas vão deixar o país afundando? Cadê a responsabilidade das Forças Armadas?'" E o que ele responde? "Eu respondo com o artigo 142 da Constituição. Está tudo ali. Ponto".
Segundo o artigo 142, "as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem."
O general relata que se reuniu com Michel Temer e com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e avisou que a tropa vive dentro da tranquilidade e que a reserva, sempre mais arisca, mais audaciosa, "até o momento está bem, sob controle", constatou.
Em sua primeira manifestação pública sobre a crise política, o comandante do Exército revela temor, sim, pela "instabilidade". Questionado sobre o que considera "instabilidade" respondeu: "Quando falo de instabilidade, estou pensando no efeito na segurança pública, que é o que, pela Constituição, pode nos envolver diretamente".
O general garante que ficou surpreso ao ver, pela televisão, que um grupo de pessoas havia invadido o plenário da Câmara pedindo a volta dos militares. "Eu olhei bem as gravações, mas não conheço nenhuma daquelas pessoas". Afirma que telefonou para o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) para se informar melhor e ouviu dele: "Eu não tenho nada a ver com isso".
Bolsonaro é um capitão da reserva do Exército que migrou para a vida política e elegeu-se deputado federal, em 1991.