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Os chefes de família da cidade de Aleppo, que fica no leste da Síria, estão pedindo autorização religiosa para matar as próprias esposas, filhas e irmãs. O motivo é o medo de que elas sejam sequestradas e estupradas por homens das forças de Bashar al-Assad, da milícia libanesa do Hezbollah ou do Irã.
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Segundo o jornal O Globo, os moradores de Aleppo não têm para onde fugir e estaria desesperados. Testemunhas locais disseram que algumas mulheres já cometeram suicídio para evitar serem capturadas pelos criminosos do Exército sírio.
Na internet, mulheres chegaram a fazer postagens de “desespero” relatando a situação com o avanço das tropas. Uma outra enviou uma carta a religiosos:
“Sou uma das mulheres em Aleppo que em breve será violada. Não há mais armas ou homens que possam ficar entre nós e os animais que estão prestes a vir, o chamado Exército do país. Eu não quero nada de você. Nem mesmo suas orações. Ainda sou capaz de falar e acho que a minhas orações são mais verdadeiras do que as suas. Tudo o que peço é que não assuma o lugar de Deus e me julgue quando eu me matar. Eu vou me matar e não me importo se você me condenar ao inferno! Estou cometendo suicídio porque não quero que meu corpo seja alguma fonte de prazer para aqueles que sequer ousavam mencionar o nome de Aleppo dias atrás. E quando você ler isso saiba que eu morri pura apesar de toda essa gente”, disse a mulher, sem ter sua identidade revelada.
O líder religioso que fugiu da Síria, Muhammad Al-Yaqoubi, postou no Twitter na terça-feira (13) que foi consultado por moradores de Aleppo. “Pode um homem matar sua mulher ou irmã antes que ela seja estuprada pelas forças de Assad na frente dele?”