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Em delação premiada, executivos da Odebrecht forneceram à Justiça informações sobre a sua relação com o Grupo Petrópolis, propriedade da família Faria. A investigação já havia constatado que a cervejaria e pessoas ligadas à empreiteira eram sócios no banco Meinl Bank Antígua, utilizado para operar propina no exterior.
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É esperado ainda que os executivos revelem detalhes de como empresas dos donos da Itaipava distribuíam dinheiro a políticos por meio de doações eleitorais e pagamento em dinheiro vivo, de acordo com o que revelou o Estadão.
Luiz Eduardo Soares, o Luizinho, funcionário do Setor de Operações Estruturadas, prometeu contar na delação como a Odebrecht injetou cerca de R$ 100 milhões em uma conta operada pelo contador do Grupo Petrópolis no Antígua Overseas Bank (AOB) e construiu fábricas em troca de dinheiro no Brasil.
Depois de compensada com pagamentos no exterior, o Grupo Petrópolis utilizava algumas de suas empresas para efetuar os repasses para campanha de políticos por ordem da Odebrecht. Ainda segundo Luizinho, a Praiamar e a Leyros Caxias foram utilizadas para escoar o dinheiro do departamento de propina para campanhas eleitorais de 2010 e de 2012.
O delator informou também que Aécio Neves teria recebido R$ 120 mil, Ciro Nogueira recebeu R$ 200 mil, Arthur Virgílio levou R$ 100 mil, Heráclito Fortes embolsou R$ 100 mil e Jutahy Magalhães recebeu R$ 30 mil.
Os investigadores já haviam encontrado indícios da relação entre o Grupo Petrópolis e a Odebrecht em fases anteriores da investigação.
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