Cicloativistas fazem mapeamento contra mudança de velocidade

O objetivo é mostrar que um grande número de pessoas corre mais risco de acidentes com a medida prometida de aumento de velocidade nas Marginais pelo prefeito eleito João Doria

© Reuters

Brasil Circulação 20/12/16 POR Estadao Conteudo

Um grupo de cicloativistas quer tentar barrar o aumento de velocidade nas Marginais da cidade de São Paulo, promessa do prefeito eleito João Doria (PSDB). Integrantes do Ciclocidade fizeram na última semana um mapeamento do fluxo de pedestres e ciclistas em dois trechos das Marginais: na Ponte da Freguesia do Ó, na zona norte, e no cruzamento entre a Avenida das Nações Unidas (Marginal do Pinheiros) e a Avenida João Dória, na zona sul.

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O objetivo é mostrar que há grande número de pessoas corre mais risco de acidentes com a mudança. O levantamento será apresentado ao Ministério Público Estadual (MPE). "Nossa ideia é mostrar como as vias locais não podem simplesmente ser colocadas no bojo das vias expressas, como se todas se comportassem da mesma maneira", diz o diretor-geral do Ciclocidade Daniel Guth. Hoje, a gestão Doria deve apresentar seu plano para mudar a velocidade nas Marginais sem aumentar a insegurança para pedestres e ciclistas.

Para Guth, "as vias locais são absolutamente urbanas, com muito uso de modais de deslocamento, deixando as pessoas em altíssima vulnerabilidade nessas vias". "Deixaram de ser vias expressas há muitas décadas e não podem mais ser consideradas como minirrodovias." Ainda segundo Guth, o "desenho" dessas vias já induz o motorista a altas velocidades, o que causa insegurança a pedestres e ciclistas. "Não adianta investir em campanhas e sinalização viária, se a velocidade continua alta. Não há indústria da multa, mas sim uma política de preservação da vida", diz.

Doria vai retomar a velocidade nas Marginais que o atual prefeito Fernando Haddad (PT) reduziu. A proposta prevê que a pista expressa voltará para 90 km/h no lugar dos atuais 70 km/h, as pistas centrais passariam de 60 km/h para 70 km/h e as locais voltariam de 50 km/h para 60 km/h. Nas locais, entretanto, uma das faixas, a da direita, continuará a 50 km/h. A gestão Haddad diz que a redução da velocidade diminuiu os acidentes na capital.

Na Freguesia do Ó, o grupo contou a circulação de 643 ciclistas e 631 pedestres no período entre 6 e 20 horas. O principal fluxo é da Avenida Inajar de Souza, na zona norte, na direção da Lapa, na zona oeste, por meio da alça de acesso. Nos horários mais movimentados (entre 6h e 7h, 7h e 8h e 18h e 19h), a média foi de 130 pedestres por hora e até 89 ciclistas (às 18h) no trecho. Já na Marginal do Pinheiros o número de pedestres é bem maior - o grupo contou ao menos 19,1 mil pessoas circulando - o ponto escolhido é a entrada de uma estação de metrô, com muita movimentação. Já o número de ciclistas é menor: 159 em todo o dia analisado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e Estadão Conteúdo.

Leia também: Mortes em acidentes de trânsito caem 13% no estado de SP

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