© Reprodução/RBS TV
Um dos seis sobreviventes do acidente aéreo da Chapecoense, o jornalista Rafael Henzel vive um estágio evoluído de sua recuperação. Depois de receber alta na noite de segunda-feira e se mostrar em ótimas condições físicas, o profissional agora quer justiça. Ele cobrou uma posição do governo brasileiro em relação a punição dos responsáveis pela morte de 71 pessoas na tragédia do fim do mês passado.
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"Aguardo ansioso para que a Justiça brasileira, o Ministério Público não deixe passar. Precisamos tomar providências. Não podemos ter um desastre aéreo assim. Que a Justiça consiga punir os responsáveis", declarou em entrevista ao SporTV na manhã desta terça.
Além de cobrar punição aos responsáveis pelo desastre no voo da LaMia, Henzel também mostrou preocupação com o futuro da Chapecoense. O jornalista foi taxativo ao criticar a postura dos outros clubes brasileiros, que inicialmente prometeram auxiliar o time catarinense com o empréstimo de alguns jogadores, mas, até agora, pouco fizeram.
"Quando eu ouvi a história de que os outros clubes queriam ajudar, eu achei uma balela. Sinceramente falando, ninguém quer ajudar ninguém. Se você pegar um jogador que não será utilizado nem no seu time reserva e oferecer para a Chapecoense, isso não é ajuda. Você está só se livrando de um jogador que não faz parte dos seus planos. Trazer um jogador para cá e pagar parte do salário dele seria aí uma ajuda", comentou.
Apesar disso, Henzel acredita na volta por cima da Chapecoense. "Eu acho que a Chapecoense vai buscar jogadores específicos que conhecem a realidade do clube. O Grolli surgiu aqui, foi para o Grêmio, para o Cruzeiro, e está voltando. A Chapecoense tem um limitador, não faz loucura para contratar jogadores. A folha era um terço da folha do Internacional, por exemplo. A Chapecoense precisa, e naturalmente vai surgir, de um líder como o Cleber Santana. Ele era um líder que não falava, só olhava para os outros. Ele tinha a admiração dos outros jogadores, era um líder nato dentro do grupo."
Henzel sofreu diversas fraturas no acidente, inclusive uma no pé esquerdo, que precisou ser submetido a cirurgia recentemente. Uma infecção hospitalar na Colômbia também atrasou um pouco o retorno do jornalista ao Brasil, o que aconteceu no início da semana passada, duas semanas após a tragédia nas cercanias de Medellín, para onde ia o avião que levava a Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana. Com informações do Estadão Conteúdo.