© Divulgação / Assembleia Legislativa de São Paulo
A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo expôs suas fissuras, na última quarta-feira (21), durante votação das contas de 2015 e do orçamento de 2017 do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
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Destituído da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Assembleia, que discutiu o texto do orçamento de 2017 antes de ele ser levado ao plenário, o deputado João Paulo Rillo (PT) afirmou que a bancada de seu partido o substitui com o objetivo de suspender seu trabalho de obstrução da pauta.
Segundo Rillo, se fosse mantida a obstrução, o governo Alckmin teria que negociar pontos de interesse dos movimentos sociais, como a proibição do uso de bala de borracha pela Polícia Militar contra manifestantes.
Após a destituição de Rillo, o orçamento de 2017 foi aprovado no plenário da Casa sem sobressaltos. O deputado petista foi a público reclamar de seus pares.
"Um partido de esquerda não se degenera pela sua base, mas sim pela sua cúpula, pela sua burocracia", discursou Rillo, chamando os colegas de golpistas e dizendo-se envergonhado e humilhado por uma "bancada covarde".
No plenário da Assembleia, Rillo afirmou ainda que a bancada perdeu a legitimidade para chamar os adversários de golpistas.
DESGASTE
A liderança do PT, por sua vez, divulgou nota em que se disse "perplexa" com a atuação de Rillo. "A bancada do PT tem tradição de luta, em oposição constante ao governo do PSDB, não apenas neste episódio, mas no dia a dia, nos debates ocorridos nesta Assembleia", afirmou.
A nota também diz que, enquanto neste ano houve debate para a votação do orçamento, em 2014, quando Rillo era líder da bancada, o orçamento foi aprovado sem nenhuma obstrução, "em uma sonolenta votação simbólica".
O desgaste de Rillo com o restante da bancada petista vem se acentuando desde maio deste ano, quando, durante uma ocupação da Assembleia por estudantes que reivindicavam a criação da CPI da Merenda, ele empurrou policiais militares.
O episódio foi um dos motivos alegados nos bastidores para que Rillo ficasse fora da CPI que foi instalada semanas depois da ocupação o PT indicou para sua única vaga na comissão o deputado Alencar Santana.
ORÇAMENTO
O orçamento de 2017 enviado por Alckmin foi aprovado na Assembleia na noite da última quarta prevendo uma redução total de despesas de 0,55% em relação ao orçamento previsto para 2016.
As receitas e despesas para o próximo ano foram estimadas em R$ 206,02 bilhões. O Executivo justificou os cortes com a crise que atinge o país.Levou-se em consideração uma previsão de queda de 1,85% no orçamento fiscal do Estado e de aumento de 7,52% na seguridade social. Para os cálculos, o governo considerou uma estimativa de inflação de 5,14% e de crescimento do PIB de 1% em 2017.
Dos 66 deputados que participaram da votação, 56 foram favoráveis ao projeto do governo, e 10, contra as bancadas do PT e do PSOL. O texto agora segue para sanção do governador. Com informações da Folhapress.
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