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Uma história que tinha tudo para terminar errado acabou dando certo. Sem emprego, casado e com quatro filhos, Arnaldo José Torres, de 32 anos, deixou Recife para tentar a vida em Minas Gerais. Em Pouso Alto, contudo, as dezenas de currículo ficaram sem resposta, até que ele teve a ideia de pedir emprego em uma faixa e ficar nos cruzamentos.
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A história de Arnaldo sensibilizou diversas pessoas e empresas. A Viação Princesa do Sul, por exemplo, o convidou para uma entrevista, ofecereceu-lhe cesta básica e emprego de trocador nas linhas de ônibus que atendem à cidade. A alma de caminhoneiro do pernambucano, contudo, foi recompensada. Uma pequena transportadora ofereceu-lhe a oportunidade de voltar à boléia de caminhão, transportando frutas.
Feliz com o novo emprego, e cheio de planos para 2017, Arnaldo conta um pouco dessa epopéia à Sputnik Brasil.
Eu estava fazendo uns bicos, umas viagens em Recife. Essa crise afetou o país inteiro. O patrão tinha três caminhões e teve que vender um, inclusive o que eu rodava com ele. Eu era o funcionário mais novo na empresa, então ele vendeu o carro e me dispensou. Corri muito atrás de emprego e não encontrei, lá está difícil de emprego", diz Arnaldo, explicando que resolveu ir para Minas por duas boas lembranças: o ano em que viveu em Divinópolis (2013) e as possibilidades do mercado de trabalho."
Nem tudo foi fácil, porém. Teve que deixar os dois filhos, de 14 e 11 anos, e as duas meninas, de nove e cinco, com a mãe em Recife. Chegando a Pouso Alto com a esposa Nilza da Conceição, de 28, encontrou muita dificuldade. Durante mais de um mês entregou currículo em várias empresas, mas sem qualquer retorno. Foi aí que veio a ideia de fazer uma faixa e pedir uma oportunidade de emprego no cruzamento das ruas.
"A maioria do pessoal me apoiou, mas também teve algumas pessoas que me criticavam, xingavam, mas eu não ligava não. Sabia que meu objetivo era conseguir emprego."
Ele só não ficou na Viação Princesa do Sul porque sua habilitação é de categoria C, que permite dirigir caminhão, mas não ônibus. Arnaldo elogia a empresa, que, além da vaga de cobrador e da cesta básica, lhe prometeu o apoio necessário para tirar a categoria D, quando então passaria a trabalhar de motorista numa das linhas que atendem à cidade. Nesse meio tempo, contudo, surgiram outras oportunidades.
"Sai, fiz duas entrevistas e consegui, graças a Deus, motorista de caminhão. É uma profissão arriscada, mas é uma coisa que eu gosto muito de fazer, que é estar nas estradas, estar viajando. Considero meu presente de Natal, de Ano Novo. Vou transportar morango e uva. Lá pro final do ano, uva de novo, depois caqui. Meus filhos estão muito felizes. Todo o dia a gente conversa com eles e sempre vêm pedindo: 'Pai vem me buscar, a gente quer ir embora.'
Coincidência ou não, o nome da cidade (Pouso Alto) pode ter ajudado. (Sputnik News Brasil)
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