© Djordje Kojadinovic / Reuters
A Rússia anunciou nesta sexta-feira (30) o plano de expulsar 35 diplomatas americanos e proibir os funcionários dos Estados Unidos de usarem a "datcha" (casa de veraneio russa) e um depósito em Moscou, em retaliação às sanções de Washington, informaram agências de notícias russas.
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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, foi citado pelas agências dizendo que havia proposto as medidas ao presidente Vladimir Putin."O ministério das Relações Exteriores [...] propôs ao presidente russo declarar persona non grata 31 diplomatas da embaixada dos Estados Unidos em Moscou e quatro diplomatas do consulado geral americano em São Petersburgo", disse Lavrov em um discurso na televisão.
Lavrov disse que a Rússia não vai deixar as sanções sem resposta e que as alegações de que o país interferiu nas eleições americanas não tinham fundamento.Mais cedo, as agências reportaram que o primeiro-ministro russo Dmitry Medvedev afirmou, também nesta sexta, que o presidente Barack Obama está terminando seu mandato em uma "agonia anti-Rússia".
As declarações foram feitas um dia depois de o governo americano impor sanções a Moscou em resposta ao ataque de hackers aos servidores do Partido Democrata, que resultou no vazamento de quase 20 mil e-mails e na renúncia de Debbie Wasserman Schultz, presidente do partido -a suspeita é de que o governo russo quis interferir no processo eleitoral para a presidência dos Estados Unidos.
"É lamentável que o governo Obama, que começou restaurando nossos laços, esteja terminando seu mandato em uma agonia anti-Rússia ", disse Medvedev em sua página no Facebook.
SANÇÕES AMERICANAS
Os alvos da medida americana foram funcionários do governo russo e serviços de inteligência do país. O Departamento de Estado deu 72 horas para 35 diplomatas russos e suas famílias deixarem o país.
Segundo o comunicado de Obama, as ações "são uma resposta necessária e apropriada aos esforços de prejudicar os interesses dos EUA numa violação às normas de comportamento internacionais estabelecidas".
"Vamos continuar tomando uma série de ações quando e onde quisermos, e algumas delas não virão a público", completou.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta quinta que os passos do governo têm como objetivo "dar um golpe nos planos da próxima administração."Donald Trump afirmou em seguida que é o momento de o país "partir para coisas maiores e melhores", mas anunciou que pretende se reunir com os chefes dos serviços de inteligência para saber mais sobre a suposta interferência. Com informações da Folhapress.
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