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Em 2016, os argentinos declararam ao fisco US$ 98 bilhões, que tinham guardados em casa ou investidos no exterior, sem conhecimento da Afip – a Receita Federal da Argentina. Esse é o resultado do plano destinado a legalizar esses recursos, aprovado pelo Congresso em agosto do ano passado e em vigor até o próximo dia 31 de março. Segundo o governo, o dinheiro legalizado contribuiu para o crescimento da arrecadação que, em dezembro, aumentou 90% em relação ao mesmo mês de 2015.
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Na Argentina, além do Imposto de Renda, paga-se um imposto sobre bens pessoais (que incluem depósitos bancários, imóveis, veículos e embarcações), mesmo que eles não gerem renda. Segundo o titular da Administração Federal de Ingresos Publicos (Afip), Alberto Abad, com o plano cerca de 45 mil imóveis não declarados foram legalizados.
Estima-se que os argentinos tenham US$ 200 bilhões no exterior – sem contar o dinheiro que guardam em casa, nos esconderijos menos esperados, como a geladeira ou um vaso de planta. Ha décadas, eles têm o hábito de poupar em moeda norte-americana, fora do sistema financeiro nacional, para se proteger da inflação alta e dos confiscos. O último deles foi na crise de 2001, que resultou na moratória da dívida externa e na desvalorização do peso. De um dia para o outro, a moeda argentina, que tinha permanecido ancorada ao dólar durante uma década, perdeu dois terços de seu valor.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, que assumiu em dezembro de 2015, lançou um plano oferecendo benefícios aos argentinos que repatriarem o dinheiro que têm no exterior ou revelarem o patrimônio não declarado, dentro e fora do país.
A lei permite aos argentinos abrir contas bancárias em dólares no país, para trazer o dinheiro de fora. Quem quiser pode investir em bancos, sociedades e imóveis no exterior - desde que os investimentos sejam declarados.
Para este ano, o desafio de Macri vai ser reduzir a inflação anual, que em 2016 foi de 40% e que em 2017 deve ficar em 20%, segundo as estimativas do governo. As previsões são de que a economia voltará a crescer, depois de ter sofrido uma retração de 2% em 2016. Com informações da Agência Brasil.