© Friedemann Vogel/Getty
O Corinthians chegou, em novembro passado, ao montante de R$ 99,9 milhões de renda líquida depois de quase três anos atuando na arena de Itaquera. A quantia, entretanto, foi destinada integralmente ao pagamento e à manutenção do estádio.
PUB
+ Zagueiro exagera na alegria e solta palavrão a repórter da SporTV; veja
Dessa forma, o clube alvinegro não conta com a receita oriunda do estádio desde junho de 2014, quando deixou de mandar seus jogos no Pacaembu. No estádio municipal, segundo o diretor financeiro do Corinthians, Emerson Piovezan, eram arrecadados, em média, R$ 15 milhões por ano.
Ou seja, no período de funcionamento da Arena Corinthians, o clube teria arrecadado R$ 45 milhões se mantivesse os mesmos números de bilheteria no triênio 2011, 2012 e 2013. Piovezan admite que o fato causa impacto nas finanças do clube.
"Evidentemente que tem impacto. Mas o impacto é, se considerar o que arrecadava no Pacaembu por ano, entre R$ 12 e R$ 18 milhões. É isso que impacta. Temos de buscar outros tipos de receita, como patrocínio, parcerias, como a gente tem trabalhado. Esse é o trabalho do marketing", disse o diretor.
Desde 2011, o Corinthians tenta, sem sucesso, vender os naming rights da arena. O clube, com isso, busca outras alternativas de receita para ajudar nas contas, como a venda dos camarotes do local.
Do total de quase R$ 100 milhões da renda líquida no estádio de Itaquera, quase metade -ou R$ 43,8 milhões- foram arrecadados em 2015, ano do título brasileiro. A média por jogo chegou a R$ 1,2 milhão por duelo, mesmo patamar de 2014. Na temporada passada, a média por partida, em queda, passou a R$ 971 mil. O montante de 2016, dessa forma, ficou em R$ 33 milhões.
Às contas
Após a construção, Corinthians e Arena Corinthians passaram a funcionar com números diferentes de CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica). O dinheiro arrecadado com os eventos do estádio sequer passa pelos cofres do clube.
Depois de 87 partidas do Corinthians na arena, a renda bruta ultrapassou a marca de R$ 167 milhões, com média de R$ 1,9 milhão por duelo do time alvinegro no local -a média de público é de 32,1 mil torcedores por jogo.
Cerca de 40% desse total é destinado às despesas operacionais dos confrontos -todos eles são divulgados nos boletins financeiros da CBF e da FPF. A renda líquida, dessa forma, é de R$ 99,9 milhões. Com o total, o clube precisa pagar as parcelas relacionadas aos juros da dívida com o BNDES - o clube conseguiu renegociar o valor.
De acordo com Piovezan, mais R$ 2,5 milhões mensais são gastos com a manutenção do estádio. Ele ainda disse que essa quantia é a mesma desde o primeiro mês de funcionamento. "Não mudou. Estamos controlando despesas. O fundo (da arena) acompanha esses valores", disse o diretor.
O cenário fez o Corinthians mexer nos cofres do clube. Em 2016, por exemplo, o valor foi insuficiente para bancar as contas do estádio. O clube precisou recorrer, então, a valores do futebol e outras áreas. De janeiro a setembro, R$ 18,1 milhões saíram dos cofres alvinegros para bancar despesas de Itaquera.
No Pacaembu, o Corinthians alugava o espaço. Antes da inauguração da arena, por exemplo, o time enfrentou o Flamengo no estádio municipal. A renda bruta chegou a R$ 1,5 milhão, com público de 36.402 pagantes. Depois de pagar todas as despesas, incluindo o aluguel de R$ 61,8 mil, o clube colocou R$ 1,06 milhão nos cofres. Com informações da Folhapress.