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Júnior Santos, de 24 anos, e seu namorado, Maycon Aguiar, de 23, decidiram se mudar para um condomínio em Vicente de Carvalho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, há cerca de um mês.
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No local, onde existem apenas dez casas, esperavam encontrar paz e aconchego para iniciar uma nova fase da vida.
Mas, para a surpresa do casal, uma carta com dizeres homofóbicos e racistas foi deixada na janela da casa onde moram.
Com citações do Levítico, um livro da Bíblia, o texto afirma que Deus não criou o homem para se relacionar com homem, nem mulher com mulher. As informações são do Extra.
“Gente de cor e ainda por cima afeminada não está no nível dos que moram aqui, por favor, se retirem. Toda abominação está condenada em nome do Senhor Jesus”, diz trecho da carta.
"Estava fora da cidade, visitando minha mãe. Daí o Maycon me ligou contando o que tinha acontecido, tirou foto da carta e me enviou. Ficamos muito abalados, choramos muito. Estamos em 2017, pago minhas contas e é inadmissível passar por isso dentro da minha casa" desabafa o professor.
Eles tentaram prestar queixa do crime na 27ª Delegacia de Polícia, mas como ninguém assina a carta, foram informados de que não seria possível. Agora, com a ajuda da mediadora de conflitos e da tesoureira do condomínio, esperam conseguir as imagens das câmeras de segurança do local, para tentar identificar os responsáveis pela ação.
"Estávamos acompanhados de uma vizinha e outros amigos. Fomos aconselhados a buscar alguma prova que permita a abertura de uma investigação. Já buscamos acompanhemtno jurídico e vamos até o fim. Racismo é crime e, por mais que homofobia não seja configurado juridicamente como crime, quero identificar o autor e incriminá-lo por injúria. Não posso temer pela minha integridade. Respeito todas as religiões e sempre espero que me respeitem também", alega Júnior.
No entanto, como resposta, só conseguiram a informação de que as imagens apenas seriam entregues se houvesse solicitação por parte da polícia. "Solicitamos uma reunião em caráter de urgência para debatermos uma série de pendências que existem em relação ao condomínio, e também essa questão do acesso às imagens das câmeras", disse Júnior.
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