© Fábio Arantes/ SECOM
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (25) que reforçará a distribuição da vacina de febre amarela em 11,5 milhões de doses para combater o maior surto da doença no país desde 2000.
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Até terça-feira (24), haviam sido confirmados 70 casos, contra 85 naquele ano, segundo dados do ministério. Além disso, segundo reportagem da Folha de janeiro de 2001, foram registradas 39 mortes por febre amarela em 2000, contra 40 confirmadas até esta terça em 2017.
De acordo com o diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis, Eduardo Hage, já foram distribuídas 5,4 milhões de doses extras da vacina para os Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Bahia.
Minas, o mais afetado, com 66 casos confirmados até terça, segundo o governo federal, recebeu 2,9 milhões de doses. São Paulo, com três mortes confirmadas, 700 mil doses extras.Segundo Hage, a produção da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que normalmente soma entre 4 milhões e 4,5 milhões de doses por mês, será ampliada para 9 milhões.
De acordo com ele, no entanto, as doses não devem ser aplicadas em toda a população. "Apesar de ser uma vacina segura, há risco de efeitos adversos", afirma.
"De maneira alguma pessoas que morem fora da área de risco precisam tomar a vacina", diz o infectologista do hospital Emílio Ribas Jean Gorinchteyn. A busca pela vacina em São Paulo tem gerado filas em postos de saúde e falta de doses.
CAUSAS
De acordo com Gorinchteyn, o aumento periódico de casos pode ser explicado por um desequilíbrio ambiental aliado à falta de imunização da população em áreas de risco.
"Por um lado, algum evento no ecossistema local, desmatamento, queimada, fez esses mosquitos se deslocarem para fora da floresta", afirma ele. "Por outro, existe a presença de uma população que não estava protegida."
Outros picos de casos foram registrados no país em 2003, com 64 casos, em 2008, com 46 casos, e em 2009, com 47 casos confirmados. O ministério afirma não ser possível traçar a causa exata do surto ou se há conexão com o desastre da Samarco em Mariana (MG) - possibilidade aventada pelo ministro Ricardo Barros na terça. Com informações da Folhapress.
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