© Reprodução/ RPC Curitiba
Apesar do aniversário de Sérgio Cabral ter sido na última sexta-feira (27), os 54 anos do ex-governador do Rio de Janeiro foram comemorados somente neste sábado (28), com a visita de familiares e sua esposa, Adriana Ancelmo - também presa - até as 14h30, no pátio de Bangu 8.
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De acordo com o Dia, encontros entre os dois ocorrem regularmente há três semanas, durante as quartas-feiras e sábados.
Um inspetor da penitenciária afirmou que cela de Sérgio Cabral fica aberta no período da noite. A justificativa seria o tamanho da cela C6.
“É uma das piores celas de Bangu 8. Os beliches se tocam nas pontas. Mas foi estratégia, pois quando está muito calor à noite, ela é aberta e o Cabral vai para a biblioteca”, explicou uma parente de um detento também mantido no local.
“Ele passa muito tempo lendo livros nela. Faz isso sempre. Fica isolado. Conversa somente com o diretor”, afirmou um inspetor.
Sérgio Cabral está preso, acusado de desviar verbas de contratos públicos, deste do dia 17 de novembro. Ainda de acordo com a reportagem, seu comportamento mudou no Réveillon, após ter discutido com Hudson Braga, seu ex-secretário de Obras.
“Já era noite, umas 21h. Eles estavam na cela e muitos presos começaram a chorar no pavilhão. Essas datas são difíceis. Me contaram que Cabral segurava o outro colega dele com a mão no peito, apontando o dedo , dizendo: se alguém falar algo sou eu! O outro, respondeu: ‘Você quer nos afundar junto. Vai delatar quem? Você mesmo?”, contou um agente penitenciário.
Ainda de acordo com a reportagem, Cabral teria perdido “cerca de dez quilos” neste mês. “Ele não costuma jantar, sempre compra algo da cantina ou come frutas. No início, chegou a elogiar a comida. Pediu até para ir conhecer o cozinheiro, o que foi autorizado”, afirmou o inspetor. Cabral abre exceção para comprar lasanha. “Mesmo assim, ele pede para o cantineiro comprar a de frango com vegetais. E gasta mais que o permitido”, revelou.
O filho do ex-governador, Marco Antônio Cabral, utiliza sua carteira de advogado para entrar no presídio e consegue passar direto pela portaria, o que é uma medida usada por defensores, mas, segundo o DIA, ele leva a família junto.
“Aqui só tem uma entrada e uma saída. Os familiares nunca entraram na fila do ônibus ‘expresso da paz’ para ir até Bangu 8”, afirmou a familiar de um preso. A informação foi confirmada por dois agentes penitenciários, responsáveis pela portaria.
Outra denúncia dos funcionários da penitenciária é a de que Adriana Ancelmo compra comida somente na cantina, com dinheiro recebido durante as vistas. O montante não seria coerente com o valor que cada detento pode gastar mensalmente na lanchonete, que é R$100. Agentes também informaram que ela encomenda ao cantineiro comidas não autorizadas.
Ao DIA, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) declarou que “as denúncias dos agentes não procedem”. Valéria Videira, promotora que realiza a fiscalização de Bangu 8, afirmou que “fiscalizou o local e não encontrou irregularidades”.
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