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O presidente Michel Temer afirma que "seria melhor para todos que as delações fossem logo divulgadas, e de uma vez". O peemedebista se refere ao sigilo mantido pelo novo relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin, em torno das delações dos 77 executivos da construtora Odebrecht.
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"Imagine o que poderia acontecer se as delações demorassem a ser divulgadas. Ou se fossem divulgadas aos poucos, uma por semana, digamos. Seria muito ruim para o país e, é claro, para o governo", acredita o presidente.
Quando questionado sobre os estragos que as delações podem causar na imagem do seu governo, Temer diz que vai avaliar caso a caso, mas quanto a ele, está despreocupado. "Quem for atingido pelas delações que se explique e que se defenda. Depois avaliaremos o que fazer. Quanto a mim, minha preocupação com isso é igual a zero", garante o presidente em entrevista ao O Globo.
Contudo, na delação do ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, Temer foi citado 43 vezes. Ele pediu R$ 10 milhões a Marcelo Odebrecht, então presidente da empresa, para a campanha eleitoral do PMDB de 2014. Como presidente do partido, uma de suas tarefas era arrecadar recursos para as campanhas.
"Não foram R$ 10 milhões. Marcelo doou pouco mais de R$ 11 milhões. O dinheiro foi depositado na conta do PMDB e pagou despesas de vários candidatos pelo país. Há comprovantes de tudo", explicou Temer.
Quem se limita a ler apenas os títulos das matérias publicadas a respeito pode ficar com a impressão de que fui citado por envolvimento em 43 negócios. Mas não. Fui citado 43 vezes porque está escrito ali: Aí Temer me convidou para conversar. Aí Temer me recebeu na sala. Aí Temer perguntou se eu aceitaria um café... Para contar uma única história, meu nome foi mencionado 43 vezes."
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