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A Justiça Federal de Naviraí decidiu pela reintegração de posse, mas, no momento do cumprimento, os índios da etnia Guarani Ñandeva e Guarani Kaiowá resistiram e permanecem no local. Eles afirmam terem sido ameaçados pelo delegado da PF responsável pelo processo de reintegração.
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Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Federal, os guarani "não quiseram tomar ciência" da decisão judicial. Assim, até que haja nova decisão ou seja montada uma estratégia para ação, a PF se manterá na área. O trabalho atual consiste em realizar barreiras, fiscalizações e patrulhas em toda área da fazenda.
O coordenador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) em MS, Flávio Machado, afirmou que a preocupação é de que a situação se agrave e haja conflito entre policiais e indígenas, como o que ocorreu no dia 30 de maio, em Sidrolândia, com a morte do terena Oziel Gabriel.
"Estamos apreensivos com a ordem de reintegração, mas estamos mais preocupados porque soubemos que os índios estão decididos a resistir, em vista do que aconteceu em Sidrolândia, na Fazenda Buriti", disse.
Machado lembrou que a comunidade da Terra Indígena Yvy Katu, em Japorã, é de cerca de 5 mil pessoas e que em 2005 o governo federal declarou 9 mil hectares como tradicionalmente indígenas. A homologação, no entanto, não saiu até esta sexta-feira, 08. "O espaço que eles ocupam hoje já não cabe todas as famílias, não se produz mais minimamente para a subsistência".
O líder da Yvy Katu Tonico Benites afirmou que a comunidade indígena está reunida para definir o que irá fazer: acatar a decisão da Justiça ou manter a promessa de resistência. "Até agora não teve conflito. Desde quarta-feira, 06, a Polícia Federal não voltou aqui".
Na tarde de quinta-feira, 07, produtores rurais se reuniram em Campo Grande para definir meios de financiar a contratação de empresas de segurança para proteger as cerca de 70 propriedades invadidas em todo MS. A ideia é fazer leilões para que os fazendeiros paguem vigilantes para assegurar a proteção das fazendas.