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A Penitenciária de Alcaçuz, o maior presídio do Rio Grande do Norte, palco de uma grande rebelião entre facções criminosas há quase um mês, liberou pela primeira vez a visita de familiares das vítimas neste sábado (11). Na sexta-feira, as autoridades encontraram mais um crânio no local, aumentando a contagem de vítimas no motim.
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Apesar do trabalho dos legistas, o governo do RN ainda não sabe precisar quantos presos foram mortos e quantos conseguiram fugir da unidade. No dia 25 de janeiro, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) informou que pelo menos 56 detentos haviam fugido de Alcaçuz, mas já alertava que esse número poderia subir.
Segundo informações do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), 22 corpos já foram entregues às famílias das vítimas e enterrados. No entanto, quatro cadáveres, 12 cabeças e outros membros ainda necessitam de identificação por DNA.
O perito criminal Fabrício Fernandes, responsável pela realização dos exames de DNA do Itep, informou que a comparação genética só pode ser feita qunado há material recolhido de familiares.
"No caso dos três carbonizados, por exemplo, nós teríamos que recolher material genético dos possíveis familiares, geralmente feito com mucosa oral, e levar para comparar geneticamente com as amostras dos três corpos, até se chegar a uma identificação", explica o perito.
Contudo, segundo o Itep, muitos familiares não foram ao instituto identificar as vítimas.
De acordo com a publicação, o Rio Grande do Norte foi o terceiro estado a registrar matanças em presídios deste ano no país. Na virada do ano, 56 presos morreram no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. Outros oito detentos foram mortos nos dias seguintes no Amazonas: 4 na Unidade Prisional Puraquequara (UPP) e 4 na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoal. No dia 6, 33 foram mortos na Penitenciária Agrícola Monte Cristo (Pamc), em Roraima.