© Ricardo Stuckert
O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva foi contra a demissão da reumatologista que compartilhou, em um grupo de WhatsApp, informações sigilosas sobre o diagnóstico de Marisa Letícia. A médica Gabriela Munhoz, de 31 anos, foi desligada da função que exercia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, como punição.
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Conforme pessoas próximas a Lula informaram à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, a médica deveria ter sido submetida a um curso de ética profissional, sem sair do emprego - apesar de o Código de Ética Médica defender que profissionais de saúde não podem compartilhar prontuários de pacientes com terceiros.
O Sírio-Libanês confirmou a demissão de Gabriela Munhoz ao G1, na noite de quarta-feira (1), mas não indicou quando a medida foi relizada. O CREMESP (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) abriu sindicância para para investigar a conduta de todos os médicos envolvido no caso. “Aquilo o que está no prontuário médico, é do paciente. Inclusive o prontuário. Está sob a guarda do médico”, afirmou Mauro Aranha, presidente do órgão, ao programa global Fantástico.
A ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva morreu no último dia 3, aos 66 anos, após ficar dez dias internada no Sírio- Libanês devido a um acidente vascular cerebral hemorrágico (AVC).
Entenda o caso
Os dados sigilosos sobre o diagnóstico da ex-primeira dama foram compartilhados Gabriela Munhoz por em um grupo intitulado "MED IX", composto por pessoas que se formaram em Medicina na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, no ano de 2009. Em seguida, as informações passaram a circular em outros grupos e viralizaram. O boletim divulgado no dia da internação apontava a hemorragia cerebral, mas não revelara o quão grave era a situação de Dona Marisa.
No episódio, o primeiro a citar o diagnóstico da ex-primeira dama foi o médico Pedro Paulo de Souza Filho, que não atua no Hospital Sírio-Libanês. Gabriela Munhoz confirmou a informação. Em seguida, imagens de uma tomografia atribuída a dona Marisa Letícia foram compartilhadas em outro grupo de médicos no aplicativo, chamado “PS Engenho 3”.
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