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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, disse nesta quinta-feira (16) que o país está pronto para cooperar com a Rússia, mas exigiu que o governo de Moscou cumpra com seus compromissos para pôr fim ao conflito no leste da Ucrânia.
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A declaração de Tillerson foi feita após um encontro com o chanceler russo, Sergei Lavrov, durante a conferência do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) em Bonn, na Alemanha.
"Na medida em que buscamos interesses em comum, esperamos que a Rússia honre seus compromissos sob o acordo de Minsk e tome ações para reduzir a violência na Ucrânia", disse Tillerson, referindo-se ao protocolo firmado em 2015 para conter os enfrentamentos entre tropas ucranianas e separatistas pró-russos. O pacto limitou os confrontos, mas não conseguiu pôr fim à guerra civil, que já deixou cerca de 9.800 mortos desde 2014.
A conversa entre Tillerson e Lavrov foi o primeiro encontro presencial entre representantes de alto escalão de Washington e Moscou desde a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, em 20 de janeiro.
"Os EUA avaliarão trabalhar junto à Rússia naquilo em que encontrarmos possibilidades de cooperação prática que beneficiem o povo americano", afirmou Tillerson. "Quando não concordarmos, os EUA irão defender os interesses e valores da América e de seus aliados."
O secretário de Estado não fez menções se essa cooperação envolve uma eventual suspensão das sanções contra a Rússia, implementadas após a anexação pelo governo de Moscou do território ucraniano da Crimeia. A administração do presidente Barack Obama impôs novas sanções em dezembro, após as agências de inteligência concluírem que o Kremlin interferiu nas eleição presidencial para beneficiar a candidatura de Trump.
A escolha de Tillerson para chefiar a diplomacia americana reflete a promessa de Trump de se reaproximar de Moscou, após um processo de deterioração das relações bilaterais devido a divergências sobre o conflito na Ucrânia e outros temas internacionais.
Tillerson, que não tinha experiência na administração pública antes de tomar posse como secretário de Estado, tem um histórico de proximidade com o governo da Rússia, país em que fez negócios milionários enquanto chefiava a empresa petrolífera ExxonMobil. Com informações da Folhapress.