PM do Rio investiga participação de oficiais em protestos

Nesta quarta, foram recolhidos para averiguação celulares de oficiais considerados suspeitos

© Fernando Frazão/ Agência Brasil

Brasil Corregedoria 22/02/17 POR Folhapress

A Corregedoria da Polícia Militar do Rio abriu um inquérito para investigar a participação de oficiais nos bloqueios em portas de batalhões iniciados no último dia 10.

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Nesta quarta, foram recolhidos para averiguação celulares de oficiais considerados suspeitos. As buscas foram autorizadas pela juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Justiça Militar do Rio.

A reportagem teve acesso a um dos mandados de busca e apreensão, que autoriza ainda a quebra de sigilo de dados telefônicos dos aparelhos, incluindo agenda telefônica e mensagens trocadas em aplicativos de comunicação.

Com uma pauta de reivindicações que ia do pagamento de salários atrasados a melhores condições de trabalho, os protestos tiveram como inspiração manifestações ocorridas no início do mês no Espírito Santo, provocando uma onda de saques e assassinatos.

BATALHÃO

No Rio, os bloqueios foram iniciados no dia 10 e perderam força após o pagamento dos salários do mês de janeiro, que ocorreu no dia 14.

A reportagem confirmou que ao menos dois oficiais tiveram os telefones apreendidos nesta quarta. Procurada, a PM ainda não se manifestou.

Um dos investigados é marido da ex-deputada estadual pelo PSOL Janira Rocha, que é tenente da reserva. Segundo ela, a busca foi feita em sua casa às 7h por três homens da corregedoria da PM.

"Eu denunciei o caso nas redes sociais e recebi a informação que vários policiais cujos familiares participaram do movimento receberam a visita da corregedoria", disse.

De acordo com ela, mandados do tipo foram cumpridos em diversos pontos do Estado nesta quarta. Rocha criticou a medida, alegando que o movimento foi coordenado por familiares e não pelos próprios policiais.

"Eles estão identificando as mulheres mais atuantes e apreendendo o celular de seus maridos, no intuito de descobrir se fizeram parte ou não do movimento", afirmou. "Isso é absurdo porque ninguém pode ser responsabilizados por atos de terceiros."

"Querem imputar na gente responsabilidade pelos protestos, mas em nenhum momento houve esse tipo de situação", defendeu-se o tenente Nilton da Silva Pereira, que também teve o celular apreendido na manhã desta quarta.

Ele lidera o movimento SOS Polícia, que vem promovendo uma série de protestos contra a situação da segurança no estado do Rio e teve importante papel nos protestos contra o pacote anticrise do governo estadual no final de 2016.

O tenente nega, porém, ligação com o movimento das mulheres de policiais. "O SOS Polícia é uma coisa nova e eles estão querendo nos desarticular", acusou. Com informações da Folhapress. 

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