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Bastaram alguns estudos realizados em animais para o brócolis e sua família denominada Brassicaceae se tornarem vilões da tireoide. Nos estudos realizados recentemente in vitro e in vivo animais, os glicosinolatos - presentes em brócolis, couve manteiga, couve de Bruxelas, repolho e couve flor – tiveram ações negativas sobre a glândula tireoide.
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Porém, de acordo com Ana Poletto, não se pode estender esse tipo de informação, ainda em estudo, para o dia a dia com os pacientes. “Não há dados em humanos que corroborem com tal informação. Os poucos dados que possuímos, de uma forma geral, nos mostram que um efeito negativo, poderia acontecer, por exemplo, com o consumo de 1 Kg de brócolis por dia. Em números isto se traduziria em cerca de 75 colheres (sopa) de brócolis por dia. Muito, não?!”, questiona.
Para ela, até que isso seja comprovado futuramente, não é necessário excluir esses vegetais da dieta. “Precisamos de mais trabalhos em humanos que verifiquem, por exemplo, a elevação de glicosinolatos no plasma após o consumo de dieta rica em brássicas e a resposta desta elevação na glândula. Talvez isto seja uma questão de tempo. Todavia, considerando os dados que possuímos, não recomendo que esta exclusão seja realizada, por exemplo, no hipotireoidismo”, ressalta.
Ana Poletto é uma das três especialistas em genômica nutricional que atende em clínica no Brasil. Dentro de sua área de atuação, a profissional alia genética e alimentação. Por meio da análise do DNA do paciente, é possível detectar fatores de riscos para determinadas doenças e, a partir disso, estabelecer uma dieta individualizada que irá modular os genes. Ana atua como nutricionista clínica e é docente em cursos de pós-graduação nas áreas de Genômica, Endócrino e Bioquímica. Possui trabalhos publicados em revistas internacionais e nacionais e participa ativamente de congressos no Brasil e no exterior.