© REUTERS/Carlos Barria
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Após o novo decreto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que barra por 90 dias a partir do dia 16 de março a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de seis países muçulmanos – Irã, Líbia, Síria, Somália, Sudão e Iêmen –, organizações internacionais e não governamentais reagiram à medida. Na capital, Washington, houve protestos da população. Manifestantes seguravam cartazes a favor dos refugiados e contra a ordem executiva.
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) disse que eles “precisam urgentemente de proteção para salvar suas vidas”. Já o Alto Comissário da ONU para Refugiados, FIlippo Grandi, afirmou que está preocupado com a decisão, que, apesar de ser temporária, pode “agravar a angústia de quem foi afetado por ela”.
A Casa Branca informou hoje que o novo decreto, chamado de “Protegendo a nação da entrada de terroristas estrangeiros nos Estados Unidos” terá um “impacto mínimo” no orçamento do governo. O porta-voz de Trump, Sean Spicer, defendeu o decreto e disse que o governo não quis esperar até que a Justiça terminasse de julgar o processo contra a primeira ordem executiva, de janeiro deste ano, que também proibia a entrada de cidadãos de sete países muçulmanos – o Iraque foi poupado do segundo decreto – e foi suspenso por um juiz do estado de Washington.
O procurador-geral do estado de Washington, Bob Ferguson, declarou que vai avaliar se o estado tomará alguma ação contra o novo decreto, mas destacou que “ao revogar a primeira ordem executiva, o presidente Trump deixou algo bem claro: seu banimento a viagens original era indefensável – legal, constitucional e moralmente”.
O Ministério das Relações Exteriores do Iraque declarou que recebeu positivamente o novo decreto, que exclui o país da lista original de sete nações que teriam seus cidadãos impedidos de entrar nos Estados Unidos. Segundo o órgão, a decisão é “um passo importante para fortalecer a aliança estratégica entre Bagdá e Washington nas diferentes áreas de cooperação, especialmente no combate ao terrorismo”. A mídia norte-americana publicou que o país teria sido excluído do segundo decreto depois de Trump ter sido informado de que o Iraque é um importante aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio na luta contra o Estado Islâmico.
O Conselho de Relações entre a América e o Islã condenou o novo decreto, que chamou de “islamofóbico” e lançou uma campanha chamada “#RegisterMeFirst” (“me registre primeiro”, em português). A orgamnização afirma que o presidente Donald Trump defende que os muçulmanos tenham que se registrar para viver nos Estados Unidos, e convida cidadãos americanos não-muçulmanos a pedir para que o governo “os registre primeiro”, antes dos muçulmanos.
A estudante da Índia Deepti Joshi disse que “se o presidente acha que isso vai criar uma sociedade mais unida, não acho que vai". “Os Estados Unidos não são uma nação feita de pessoas de um só lugar, e sim de pessoas do mundo todo”, completou. Beneyam Admasu emigrou da Etiópia, país de maioria cristã e não afetado pelo veto, para os Estados Unidos aos 9 anos.
Hoje, com 26, é formado em bioquímica, mas sua principal fonte de renda é como motorista do aplicativo Uber. “Os imigrantes trabalham tanto por este país. Eu trabalho 16 horas por dia, quando eu era adolescente, eu tinha dois empregos enquanto ia para a escola. Você não pode ignorar os imigrantes só porque eles não nasceram aqui”, completou. Com informações da Agência Brasil.
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