© Geraldo Magela/Agência Senado
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-RS) convocou as mulheres para um dia de greve geral, nesta quarta-feira, 8 de março, pelo Dia Internacional da Mulher. Em discurso no plenário, a parlamentar pediu que as senadoras e servidoras se reúnam em frente ao Congresso Nacional em uma manifestação contra os retrocessos aos direitos das mulheres.
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Segundo a senadora, o dia 8 de março vai ser diferente este ano para que o Brasil reivindique e proteste se unindo a outros movimentos internacionais que estão convocando greves neste dia em países, como Argentina, Estados Unidos e Polônia para combater a perda de direitos, a perseguição aos imigrantes, e ao feminicídio.
A parlamentar informou que a data será marcada por greves, passeatas, mobilizações nas escolas, bloqueio de estradas e, até, abstenção sexual.
"Este ano é diferenciado, porque tem um movimento internacional das mulheres para que a gente, no mundo inteiro, se movimente de diferentes formas e por diferentes bandeiras, mostrando o que está em jogo na sociedade humana, mostrando os retrocessos que estão se fazendo em relação aos direitos conquistados pelas mulheres. Então, neste ano, o dia 8 de março será um dia de greves. Nós vamos fazer greves. Nós vamos fazer greves nas escolas, nós vamos fazer greves nas nossas casas, nós estamos chamando para fazer greves nas atividades domésticas, fazer greves na área de trabalho, fazer bloqueio de estradas, fazer marchas, fazer abstenção de todo trabalho doméstico, inclusive abstenção sexual."
Para Gleisi, o país e o mundo está entrando em uma nova onda feminista, onde não se é mais o feminismo empresarial, o feminismo do "Faça Acontecer", que se briga apenas pelo espaço, onde o protagonismo individual é importante. Hoje, o feminismo precisa ser mais amplo e levado para 99% das pessoas. "Nós estamos num movimento muito mais horizontal, um movimento em que nós precisamos levar o feminismo para 99% das pessoas. É fazer uma aliança internacional contra o neoliberalismo econômico, porque esse neoliberalismo econômico é aquele que mais prejudica as mulheres, principalmente as mulheres pobres, que não conseguem, no movimento feminista empresarial "Faça Acontecer", se ver representadas. Mas esse feminismo e outras variantes dele falharam para a esmagadora maioria das mulheres. Basta olharmos hoje o mundo e o Brasil para vermos essas falhas: que não têm acesso à autopromoção, mulheres que não têm acesso ao avanço individual, cujas condições de vida só podem ser melhoradas através de políticas que defendam a distribuição de renda, o equilíbrio social, os direitos trabalhistas, a saúde. São essas as políticas para fazer a diferença na vida da maioria das mulheres."
A senadora ressaltou que o 8 de março deve ser comemorado de forma mais aguerrida, mostrando às mulheres na rua o poder que as elas têm, inclusive o de parar a sociedade por um dia. "A sociedade tem que sentir o efeito da não presença das mulheres nesse cotidiano." (Sputnik News Brasil)
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