© Reuters / Lucas Jackson
No Dia Internacional da Mulher (8), norte-americanas entraram em greve para protestar contra a desigualdade de gênero e as diferenças salariais entre homens e mulheres. A população foi às ruas na capital, Washington, em Nova Iorque, em Los Angeles e outras cidades menores. A greve foi organizada pelo mesmo grupo da Marcha das Mulheres, que reuniu milhares de americanos no dia 21 de janeiro, um dia após a posse do presidente Donald Trump.
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O movimento, chamado de “Um dia sem uma mulher”, pedia para que as mulheres não trabalhassem, mesmo que fossem tarefas domésticas, e nem mesmo fossem às compras, para mostrar o seu peso na sociedade norte-americana. A ideia é baseada no ato “Dia sem um imigrante”, que ocorreu no mês passado em protesto contra as políticas anti-imigratórias do presidente dos Estados Unidos.
Barbara Balducci esteve com o marido John nas manifestações. Eles são funcionários aposentados do Pentágono e dizem que querem participar porque estão preocupados com o atual governo, sobretudo com as políticas para mulheres, imigrantes e de saúde. “Eu acho que é responsabilidade de todos apoiar todos os americanos, homens e mulheres, e trabalhar o máximo possível para que o país vá em uma direção positiva”, diz John.
Parlamentares do partido democrata, como a líder do partido na Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, também demonstraram apoio às manifestações. A greve teve adesão de mulheres e de homens, mas impactou negativamente algumas famílias e foi acusada de elitista por alguns, já que, por causa da falta de funcionárias, várias escolas tiveram que fechar e mães e pais não tiveram com quem deixar os filhos para ir ao trabalho.
Ericha Crawford é gerente de uma rede de mercados na capital, Washington. Ela diz que gostaria de ter participado da greve, mas que “tem contas que tem que ser pagas” e ninguém poderia substituí-la no trabalho. Ela diz que é muito difícil comandar uma equipe de dez homens sendo mulher, “ainda mais sendo uma mulher negra”.
Mucella Campbell esteve nas manifestações e defendeu que as mulheres são metade da população do mundo e devem ser respeitadas. “Muitas das decisões que tem sido tomadas são contra as mulheres”, diz. Segundo ela, uma das principais políticas a que as manifestantes se opõem é a chamada “Global Gag Rule”, lançada por Donald Trump no dia 23 de janeiro, que impede que organizações estrangeiras que realizem abortos recebam dinheiro de ajuda externa dos Estados Unidos.
O aborto também é a principal questão que preocupa Renee Fontenot. Ela é contra as manifestações e diz que acredita em direitos iguais, mas não é uma feminista. “Eu acho que o aborto é imoral. Eu acho que ele deve ser legal, mas é errado”. Ela diz que resolveu dar uma chance ao novo presidente, por ele não ser um político, já que ela acredita que o país "já tem políticos demais". “Eu não sou uma socialista, de maneira alguma”, mas completou dizendo que o novo presidente não deve proibir o aborto no país, mas sim limitá-lo, já que, segundo ela, a lei que prevê o aborto não pode ser revogada. Com informações da Agência Brasil.
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