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O Ministério Público Federal e a Polícia Federal investigam se materiais cirúrgicos foram reutilizados em outros pacientes após procedimentos realizados no Hospital das Clínicas de São Paulo. A informação foi divulgada nesta quarta (8) pelo "SPTV", da TV Globo, e confirmada pela Procuradoria.
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Segundo o MPF, eletrodos e estimuladores cerebrais, que eram comumente utilizados para o tratamento do mal de Parkinson, eram reaproveitados pela equipe de um médico do Núcleo de Neurocirurgia Funcional do HC. O mesmo teria ocorrido com agulhas e outros materiais cirúrgicos descartáveis.
As suspeitas da irregularidade surgiram após a deflagração da operação Dopamina, em julho do ano passado, também no HC. Na ocasião, a Polícia Federal apurava possíveis desvios de recursos públicos na compra de equipamentos para implante em pacientes com o mal de Parkinson.
Com a nova suspeita, a Justiça Federal autorizou uma segunda operação de busca e apreensões no hospital, no último dia 15, quando foram apreendidos "sacos de material localizados no expurgo (a serem reesterelizados) e na sala principal da Central de Material, prontos para serem reprocessados".
A reutilização de materiais cirúrgicos, como geradores, eletrodos e extensores implantáveis, é vedada pela resolução RDC 515, editada em fevereiro de 2016, pela Anvisa, afirma o MPF. Apesar disso, o órgão diz não ter informações de dano à saúde dos pacientes que receberam reimplantes.
Em comunicado, o HC informou que uma comissão interna do IPq (Instituto de Psiquiatria) identificou a presença de materiais cirúrgicos vencidos e que os materiais foram recolhidos imediatamente. Duas sindicâncias foram instauradas para apurar os responsáveis pelas irregularidades. Um médico e um servidor administrativo já foram afastados, e uma enfermeira transferida de setor. O HC diz colaborar com o MPF.
O texto afirma ainda que foram realizadas análises "minuciosas dos prontuários de todos os pacientes que sofreram cirurgias que, em tese, poderiam ter envolvido o uso de materiais irregulares" e que em nenhum foi constatado o material irregular, portanto, sem comprometimento da saúde dos pacientes. Com informações da Folhapress.
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